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Hora da conversa

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Antes mesmo das convenções para homologação de nomes, a cidade de Uberlândia – o segundo maior colégio eleitoral de Minas – tinha computados 17 pré-candidatos a deputado federal e 18 pretendentes a uma vaga na Assembleia Legislativa. A lista pode mudar, uma vez que nem todos conseguem passar pelo crivo dos diretórios, e outros apenas se apresentam como ensaio, desistindo na derradeira hora de oficialização das candidaturas.

Definidos os nomes, entidades, como a Associação Comercial e Industrial, iniciam um ciclo de conversas para tratar das demandas da região, processo esse que vem ocorrendo há vários anos, como relatou seu presidente, Paulo Romes Junqueira, durante visita a Juiz de Fora em meados do semestre passado.

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De acordo com o empresário, independentemente do viés ideológico ou partidário, todos são convidados, pois a causa comum é o município. Os que aceitam a discussão e se comprometem com as propostas são apoiados. Ele tratou dessa experiência com lideranças de Juiz de Fora, que se mostram dispostas a replicar o modelo na cidade, a fim de garantir um mínimo de unidade nas muitas pautas do município e da região que estão em curso tanto na Assembleia Legislativa quanto no Congresso Nacional.

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Até o dia 5 de agosto, como prevê o calendário eleitoral definido pelo TSE, será possível saber quantos e quais candidatos que buscarão o voto no dia 3 de outubro. O número de postulantes deve ficar próximo ao de Uberlândia, pois nem mesmo as especulações, hoje, são capazes de definir os nomes que estarão na disputa. A cada dia, surge um novo candidato, o que faz parte do jogo, já que qualquer cidadão ou cidadã, de posse de seus direitos políticos, pode votar e ser votado.

O que se espera é que haja espaço para uma conversa semelhante para saber o que os candidatos pretendem e que tipo de engajamento podem ter com a região. A Zona da Mata, a despeito de claros avanços, ainda está na retaguarda dos investimentos. A maior parte das prefeituras gerencia suas cidades com base em repasses do Fundo de Participação Municipal, emendas parlamentares e, quando muito, por conta dos dividendos do ICMS.

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É fato que Juiz de Fora tem sido contemplada com projetos de grande porte, recentemente anunciados, mas de nada adiantarão se o entorno continuar carente de processos semelhantes. Será a replicação de demandas constantes, ante a dependência permanente da cidade-polo. A pandemia demonstrou tal situação, quando um expressivo número de pacientes com Covid, ante a falta de estrutura em suas cidades, recorreu à rede hospitalar do município, formando gargalos no atendimento.

Só com uma representação forte e voltada coletivamente para interesses comuns será possível reverter essa realidade. Por isso, tão logo terminem as convenções, os candidatos devem ser convidados a expor suas metas e ouvirem as demandas dos muitos segmentos do município e da região. Caso contrário, será a repetição do mesmo, isto é, a despeito dos claros esforços dos eleitos, o que se vê são ações estanques, quando o que se espera é um trabalho unificado, capaz de sensibilizar os gabinetes oficiais de Brasília e de Belo Horizonte.

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