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Bode na sala

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É fato que até mesmo os defensores das eleições antecipadas não têm certeza de como elas se processarão, embora se diga que seriam eleitos apenas o presidente da República e o Congresso Nacional, deixando as demandas estaduais entre governadores e deputados estaduais para 2018, mas não há como ignorar que o presidente Michel Temer tem pela frente uma série de questões que precisa ser discutida em profundidade. Respaldado pelas últimas decisões do STF, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deverá apresentar denúncia contra o presidente. A despeito da necessidade de autorização da Câmara para prosseguimento da ação, o desgaste é inevitável, pois a JBS, cujas delações foram consideradas válidas, é o bode na sala.

Um presidente sob tamanha pressão teria sérias dificuldades em tocar sua agenda à frente, principalmente se seu principal aliado, o PSDB, está prestes a pedir as contas e sair da base governista. Os tucanos estão divididos, e até mesmo o discurso de governabilidade perde fôlego à medida que avançam as denúncias. Os partidos políticos têm um instinto de sobrevivência próprio, capaz de perceber quando o barco está adernando, e é este o sentimento que perpassa corações e mentes do PSDB, como alertou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, quando disse que ficar no Governo não pode ser uma questão definitiva.

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Os próximos dias serão emblemáticos, pois o presidente retorna ao país, depois do périplo pela Rússia e Noruega, sem contabilizar grandes avanços. As promessas do presidente Wladimir Putin foram protocolares, e as advertências dos noruegueses sobre a discussão ambiental são reais. Além disso, pode ter sido coincidência, mas a desconfiança dos americanos com a carne fresca brasileira, suspendendo as importações, ocorre no mesmo período em que Temer acena um alinhamento com os russos. A conferir.

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