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A coragem de Tite ao abordar a saúde mental

editorial
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Saúde mental: cotado para assumir o comando técnico do Corinthians, Adenor Leonardo Bachi, o Tite, que levou o time ao título mundial de clubes, rejeitou convite de forma surpreendente, uma vez que seu nome era pule de dez em todas as bolsas de apostas, sobretudo pela sua identificação com o clube. O argumento, comunicado pelo seu filho Matheus Bachi, pelas redes sociais, envolveu a saúde mental. 

  “Entendi que existem momentos em que é preciso compreender que, como ser humano, posso ser vulnerável, e admitir isso certamente irá me tornar mais forte. Sou um apaixonado pelo que faço e assim seguirei sendo, mas, conversando com minha família e observando os sinais que meu corpo estava emitindo, decidi que o melhor a fazer agora é interromper minha carreira para cuidar de mim pelo tempo que for preciso”, anunciou o treinador.

  De acordo com relatos, na segunda-feira, o treinador teve uma crise de ansiedade. Ainda no comando do Flamengo, do qual se desligou no ano passado, Tite passou mal depois da classificação do time contra o Bolívar. Logo que desembarcou no Rio de Janeiro, foi levado para o hospital em decorrência de uma arritmia cardíaca.

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  A decisão do técnico foi considerada emblemática por personagens que viveram situação semelhante, como o jornalista Renato Maurício Prado, que, também por meio de sua rede social, revelou ter passado por um processo de ansiedade seguido de depressão. Ele chamou Tite de corajoso por colocar o tema na rede.

  E tem razão. Quando figuras de grande exposição mostram sua fragilidade, na verdade, estão se mostrando fortes para tratar de uma questão passível de afetar qualquer pessoa, independentemente de seu status social. A saúde mental não é uma moda, e sim um dado real que ganha relevância a partir do avanço da medicina ao diagnosticá-la.

  Ao curso da história, muitas pessoas viveram situações críticas por serem consideradas apartadas do convívio social e transferidas para casas de internação. Hoje, em casos críticos, ainda é possível, mas a prevenção é o fator principal. E esta se consegue com conhecimento. As famílias precisam conhecer seu entorno e, preventivamente, tomar as devidas providências.

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 O cuidado com a saúde mental é uma pauta que vai além do lar, passa pelo mercado de trabalho e chega às ruas, pois todos conhecem as consequências. Entre jovens e adultos, sobretudo, o número de pessoas que atentam contra a própria vida é preocupante. Muitas dessas situações poderiam ser evitadas se houvesse o cuidado preventivo.

  Tite não utilizou psicólogos quando comandava a Seleção Brasileira, mas teve acompanhamento terapêutico com profissional particular de sua confiança. Provavelmente, irá recorrer, agora, ao tratamento especializado, que ainda é um problema nas comunidades mais carentes, a despeito do avanço do atendimento pelo SUS.

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  Trata-se de um desafio para governos e sociedade, por tratar-se de uma questão de extrema relevância e que não pode ser relegada ao segundo plano.

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