Assim como acontece em outros municípios do Brasil, Juiz de Fora aguarda com expectativa a chegada da rede de telefonia com a tecnologia 5G. De acordo com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o município já está apto a implantar a novidade desde o início deste mês, mas grande parte das operadoras ainda não sinalizou concretamente se isso será feito.
A rede 5G é o que existe de mais moderno atualmente no mercado para a conexão de internet via telefonia móvel. É ela que permite, por exemplo, a chamada “internet das coisas”, que possibilita maior integração entre ações humanas e máquinas. Para se ter ideia, o tempo de resposta entre o envio de um comando e a sua recepção é quase nulo, o que permite utilizar tecnologias que já são realidade em outros lugares do mundo. Entre elas, a popularização dos carros autônomos e até das cirurgias remotas.
O problema é que Juiz de Fora aguarda a chegada da nova rede em um momento em que a atual, a 4G, ainda é deficitária. Há dezenas de locais na cidade, muitos inclusive adensados, em que a conexão não chega para o usuário. Pior ainda na Zona Rural, onde as áreas de coberturas são ainda mais evidentes.
E isso é uma preocupação verdadeira, que vai além do luxo. Motoristas de aplicativos, motofretistas e outros tantos trabalhadores que necessitam da internet para comunicação e segurança ficam reféns dessas falhas.
Por essa razão, tal realidade liga um sinal de alerta sobre como a rede 5G irá chegar ao município. Estima-se que sejam necessárias de cinco a dez vezes mais antenas de transmissão do que as já existentes atualmente. Por isso, entra na discussão a Câmara Municipal como ator ativo para autorizar as necessárias modificações na legislação. Entre elas, a maior facilidade para a instalação dos equipamentos.
Já existe um texto em discussão na Câmara Municipal para tratar das mudanças exigidas, mas que segue em tramitação há quatro meses. Enquanto isso, a pressão da sociedade tende a aumentar para que o serviço seja ativado no município, sobretudo nesse momento, com a homologação da Anatel.
Das três maiores operadoras do Brasil, apenas uma, a TIM, apresenta uma projeção concreta para inaugurar o serviço na cidade, o que seria feito no segundo trimestre deste ano, portanto, entre abril e junho. Mas em nada vai adiantar o 5G chegar se a cidade não estiver tecnicamente preparada para a tecnologia em seu potencial máximo. Pois, caso isso ocorra, o serviço de telefonia continuará sendo o recordista de reclamações nos órgãos de proteção ao consumidor em Juiz de Fora, como o Procon e o Sedecon.