Ficou claro na edição de domingo da Tribuna que a bancada estadual com domicílio eleitoral em Juiz de Fora tem preocupação com a segurança. Entrevistados, os cinco parlamentares – Isauro Calais, Antônio Jorge, Noraldino Júnior, Márcio Santiago e Lafayette Andrada – revelaram as ações que desenvolvem, sobretudo junto à cúpula da segurança pública, a fim de obter recursos humanos e financeiros para a cidade. O que faltou, e talvez seja o nó górdio da questão, é apresentarem suas propostas conjuntamente, a fim de indicar ao Governo estadual que há consenso em torno da questão. Dizem que a convocação para esse evento deveria partir da liderança municipal, no caso, o prefeito Bruno Siqueira, a fim de estabelecer um projeto único.
A ideia faz sentido, mas é preciso, então, ampliar um pouco mais o envolvimento. Juiz de Fora é líder de uma região com mais de 1,5 milhão de habitantes, sendo, então, pertinente que os demais prefeitos participem da mesma mobilização. Seria, então, a Zona da Mata, liderada por Juiz de Fora, cobrando do governador Fernando Pimentel uma série de ações, muitas delas prometidas ao curso da campanha. Mas trata-se, também, de um projeto de mão dupla. Desde que assumiu, o chefe do Governo estadual colocou Juiz de Fora em segundo plano. Sua única visita foi quase uma passagem, pois participou do Fórum Regional, numa casa de festas perto do Estádio Municipal, e de lá retornou a Belo Horizonte. Veio para um evento do estado, e não da cidade. Prestigiou solenidades próximas, como recentemente em Santos Dumont, mas desconhece, por exemplo, a Comenda Halfeld, a maior honraria do município. Tudo, talvez, por conta dos ecos de campanha.
Esses ruídos de comunicação comprometem investimentos necessários para a cidade. Juiz de Fora, como mostraram os próprios deputados, não responde por si só. Fala por uma região que aqui acorre em busca de seus serviços, a começar pela UFJF, com cerca de 20 mil alunos, boa parte deles de outros municípios. Em suma, há um envolvimento coletivo que precisa ser visto pelo Palácio. Este, portanto, deveria ser um ponto abordado pelos parlamentares, a fim de dar fim às idiossincrasias que tanto comprometem o necessário diálogo. É preciso que todos falem a mesma língua. Caso contrário, vamos continuar nessa mesma ciranda de ações pontuais e isoladas, que não chegam, necessariamente, a sensibilizar as autoridades competentes.