Próximo de completar 36 anos, o Estádio Municipal Radialista Mário Helênio passa longe de ser o palco de grandes espetáculos esportivos como foi um dia. Com o futebol local em baixa e sem atrair equipes de expressão de fora da cidade, em menos de uma década o local tornou-se uma pedra no sapato da Administração municipal pelo alto custo de manutenção.
É impossível lembrar do Estádio Municipal sem rememorar os momentos de glória que foram eternizados no imponente equipamento erguido na década de 1980. A inauguração, no dia 30 de outubro de 1988, por si só, foi em grande estilo: clássico local entre Tupi e Sport, seguido de uma partida entre Flamengo e Argentino Juniors. Desde então, Zico, Bebeto e Romário estiveram entre os astros que pisaram nos gramados do estádio.
Mas não apenas as grandes equipes do Rio tiveram páginas escritas no Municipal. Os momentos vitoriosos do Tupi – hoje distantes na mente do torcedor – também aconteceram no estádio, seja o título da Série D, as memoráveis batalhas contra as poderosas equipes da capital ou o momento de hegemonia no futebol do interior de Minas Gerais. O Tupynambás também teve seu ressurgimento no esporte profissional tendo o equipamento local como aliado.
Atualmente, no entanto, falar de Estádio Municipal é tão somente falar de passado. O local tem recebido shows, eventos gastronômicos e – com menos destaque – partidas de um futebol juiz-forano que, depois de viver o auge na década passada, hoje precisa se contentar em ter Tupi e Tupynambás no terceiro escalão do futebol mineiro.
Nem mesmo as equipes da região optam por mandar jogos em Juiz de Fora quando precisam mudar de casa – o Athletic chegou a levar jogos para Belo Horizonte, o Aymorés anunciou na última semana parceria com outra equipe de Ubá para conseguir cumprir o regulamento da Primeira Divisão estadual e o Tombense já preferiu atuar em Muriaé. Os times cariocas, então, não dão as caras em Juiz de Fora há mais de meia década.
Escanteado no cenário futebolístico, o Estádio Municipal segue como pendência a ser resolvida pela Prefeitura de Juiz de Fora, e assim será na segunda gestão da prefeita Margarida Salomão (PT). Ainda é cedo para saber se o equipamento será cedido à iniciativa privada como já foi pensado em outras administrações ou se continuará tendo como destaque os eventos musicais. O horizonte, no entanto, aponta para um futuro de menos glória esportiva do que outrora tivera.