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TODOS PERDEM

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Quando a instância política cria seus próprios problemas, a sociedade acaba pagando a conta, pois a via, que deveria ser de promoção coletiva e defesa dos interesses comunitários, tornou-se um caminho turbulento, em que os interesses pessoais ou de grupos localizados prevalecem. Além disso, no vale-tudo dos novos tempos, os gestos são hiperbólicos, ora para chamar a atenção, inclusive da mídia, ora para ganhar as graças do eleitor, sobretudo às vésperas do período eleitoral. O entrevero entre o vereador Wanderson Castelar e o deputado Noraldino Júnior teve um pouco de tudo. O que poderia ter sido uma simples discussão virou caso de polícia, para constrangimento dos demais vereadores, numa situação em que a razoabilidade se fez ausente. O resultado foi para as ruas, comprometendo ainda mais a imagem da política.

Quando os incendiários prevalecem sobre os bombeiros, a repetição de tais episódios é fato previamente anunciado, pois as partes ainda não renunciaram à contenda. O vereador vai se colocar como vítima de provocações. O deputado, como alvo da agressão. A despeito da gravidade do fato, pois a ninguém é dado o direito de sair da linha, ainda mais quando se detém um mandato, a solução poderia ter sido encontrada no próprio Legislativo. A insistência do vereador em se fechar no gabinete e a do deputado de levar o caso às últimas instâncias mudou o foco do problema.

Os próximos passos serão emblemáticos, pois os dois atores são potenciais candidatos nas eleições de 2016. Castelar, na busca de mais um mandato, e Noraldino, que não esconde suas pretensões de disputar a cadeira do prefeito Bruno Siqueira. A ambos deve ser alertado que, nesse tipo de contenda, todos perdem: a sociedade, que lhes garantiu um mandato e vê neles seus representantes, e eles próprios, por ainda não perceberem que há limites para o contraditório.

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