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RABO PRESO

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Segundo relatos colhidos durante o fim de semana, alguns deles transformados em notícia, o senador Delcídio Amaral, agora liberado da prisão, teria ameaçado denunciar colegas caso tenha o seu mandato cassado. Ressalvado o viés hiperbólico da afirmação, ele teria dito que, se o cassarem, leva metade do Senado junto, pois tem informações comprometedoras sobre os seus pares.

A situação se repete na Câmara Federal, em que o seu presidente, Eduardo Cunha, além de atrapalhar as ações do Conselho de Ética com manobras regimentais, tem avisado que conhece a vida de muita gente, tanto do Governo quanto da oposição. Com isso, mantém sua sobrevida na política a despeito de tantas denúncias e provas de ações ilícitas, a começar por dinheiro não declarado no exterior.

É nesse clima que o Congresso voltou às atividades. Dois políticos de expressivo prestígio na Casa usando táticas pouco republicanas para salvar o mandato e a própria cabeça nas operações da Polícia Federal. E o grave desse enredo é que deputados e senadores pouco fazem para mudar sua situação. Ao contrário, o silêncio de muitos e o aceite às manobras de outros apontam para o que as ruas chamam de rabo preso, pois não fazem sentido tantas manobras em casos com tantas evidências.

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Com uma agenda cheia de demandas importantes, o Parlamento dá mostras de que pouco vai mudar na jornada de 2016, mesmo diante da expectativa popular da tomada de providências. O presidente da Câmara e o líder do Governo são apenas a face exposta desse jogo bruto. Há outros, talvez os mais preocupados com o que Cunha e Delcídio venham a falar.

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