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Mau começo

A diplomação dos candidatos eleitos, momento de celebração, após uma longa jornada de busca ao voto, tornou-se um constrangimento para o Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais. Dois deputados trocaram socos diante do governador eleito, Romeu Zema, e de uma plateia estupefata pelo ineditismo da cena. Rogério Correia, do PT, e Junio Amaral, do PSL, replicaram em pleno Palácio das Artes – um espaço nobre da cultura mineira – os momentos de tensão que marcaram a campanha eleitoral mais polarizada dos últimos anos.
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É um mau começo, sobretudo pelo fato de ambos terem um novo encontro marcado na posse em fevereiro do ano que vem, em Brasília. Além disso, terão que conviver pelos próximos quatro anos e, ainda, dividir espaço na ponte aérea entre Brasília e Belo Horizonte em algumas ocasiões.

As provocações de Rogério Correia, um veterano da política, podem ter mexido com os nervos do jovem parlamentar, mas nada justifica o embate que ambos travaram em meio à solenidade, pois não é esse o caminho a ser seguido nem o exemplo a ser repassado para seus eleitores. A democracia impõe limites, mas o direito à manifestação deve ser consagrado em todos os fóruns, mesmo que cause incômodo. O cabo Junio, em vez de tentar retirar o panfleto da mão do colega, deveria providenciar algo semelhante, pois seria do jogo. A reação com um soco também não tem sentido.

De qualquer modo, é preciso atenção das lideranças para evitar que tais gestos se repliquem. Há um código de conduta no Parlamento que se explicita no Regimento Interno das instituições. Como era dia de festas, o fato passou em branco, mas, se ocorrerem novas cenas, certamente ambos serão enquadrados no decoro parlamentar.
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