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O impacto das ‘bets’

editorial
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A manchete da edição da Tribuna desta terça-feira destaca as consequências do avanço das casas de apostas virtuais, as chamadas “bets”. A matéria, assinada pela repórter Elisabetta Mazocoli, traz dados recentes que revelam um cenário que merece atenção: 22,13 milhões de brasileiros com 16 anos ou mais apostaram em “bets” ao longo do último mês.

Esse crescimento vertiginoso no número de apostadores não é apenas reflexo de uma tendência global, mas também um sintoma de uma problemática social que tem chamado a atenção de especialistas e, a passos lentos, do Governo federal. O fenômeno já é conhecido como “epidemia das bets” e tem levado pessoas ao endividamento, problemas psicológicos, e se tornado um vício preocupante.

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O fácil acesso à tecnologia e conexão transformou as apostas em uma atividade silenciosa, em que o controle se perde rapidamente. Dados mostram que a maior parte delas ocorre durante a madrugada, um indicativo da urgência que muitos sentem para tentar recuperar perdas ou buscar uma saída para suas dificuldades financeiras. Nesse cenário, muitos estão comprometendo sua renda e a qualidade de vida devido à prática.

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É necessário, portanto, que a sociedade reconheça o vício nas apostas como um problema de saúde pública, não apenas uma fraqueza individual. A conscientização e a educação são fundamentais. Precisamos de um esforço conjunto entre Governo, educadores e a comunidade para criar campanhas que não apenas informem, mas que ofereçam mecanismos de controle e regulamentação para essas plataformas.

A expectativa de regulamentação das apostas é um passo positivo, mas deve ser acompanhada de ações concretas, e não apenas da perspectiva da arrecadação de impostos. Enquanto a “bancada das bets” no Congresso tenta manter os interesses de empresas de apostas, a saúde e o bem-estar de milhões estão em jogo.

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Portanto, é preciso que as discussões da necessária regulamentação avancem e que os fatores como o impacto na saúde dos apostadores e no bolso das famílias brasileiras sejam pontos priorizados pela regulamentação, inclusive com a participação da Saúde na pauta.

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