Na edição deste domingo, o projeto Voto & Cidadania aborda a questão ambiental como um elemento que também deve fazer parte do projeto dos municípios, respeitada as limitações. O momento é oportuno pela campanha eleitoral, mas também pelos acontecimentos que estão frequentando o noticiário nos últimos meses: chuvas em excesso em algumas regiões e seca prolongada em outras.
Em princípio, são ações da natureza, mas a ciência já provou que o viés humano tem peso fundamental, sobretudo se forem levados em conta os processos de longo prazo que acabaram repercutindo na natureza. O degelo nos polos é um típico caso em que a emissão de gases é um forte fator, que continua sendo uma pauta em encontros globais, sem, no entanto, uma solução. Os grandes emissores não fizeram qualquer movimento para mudar o quadro.
Desde a Rio 92, quando o Brasil recebeu cerca de cem chefes de Estado, a discussão sobre o meio ambiente tornou-se pauta frequente nos fóruns, como os de Kioto, no Japão, e, mais recentemente, de Glasgow, na Escócia. Todos chegaram às mesmas conclusões: é preciso reduzir a emissão de gases.
No espaço municipal, quando se fala em demandas ambientais a pauta passa, necessariamente, por medidas que os prefeitos e prefeitas podem tomar para resolver ou mitigar questões que estão sob sua responsabilidade. Em casos de chuvas por exemplo, a proteção das encostas é uma ação a ser resolvido no município, assim como o controle das inundações.
No ciclo de entrevistas com os candidatos e candidatas à Prefeitura lhes foi dada a oportunidade para apresentarem suas posições sobre a política ambiental e seus desdobramentos. Todos apontaram alguma alternativa, embora o financiamento tenha sido um dado mais teórico do que prático, sobretudo por ser uma questão que não se esgota no município. Há uma dependência direta de repasses dos estados e da União.
Juiz de Fora é uma cidade desafiadora por conta de sua formação geológica. Entre montanhas, acumula passivos que levam tempo para resolver, embora seja necessário enfrentá-los. A ocupação desordenada de áreas de risco é uma questão que afeta a maioria dos municípios brasileiros com consequências graves. A Região Serrana do Rio de Janeiro é o caso mais emblemático: o número de vítimas é sempre expressivo em decorrência dos deslizamentos. No entanto, as ocupações continuam e os governos não conseguiram, ainda, resolver tais problemas.
As encostas de risco de Juiz de Fora passaram por ações ao longo dos últimos anos, mas ainda há o que fazer. A matéria deste domingo, produzida pela repórter Elisabetta Mazocoli, aponta algumas alternativas a partir da oitiva de especialistas. O Voto & Cidadania, a partir daí, apresentará o tema aos candidatos e vai colher sua opinião. O resultado estará na edição impressa de terça-feira e na página digital já ao final do dia, nesta segunda-feira. É bom conferir.