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Ambiente de negócios

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Uma das queixas recorrentes, especialmente do setor produtivo, envolve a burocracia para implementação de negócios, com demandas cujos prazos se estendem além do razoável. Há, é fato, outras motivações, mas diversos empreendimentos ficaram comprometidos pelo timing da Prefeitura e também do Governo do estado. O caso mais emblemático foi da M. Dias Branco, uma gigante do setor de massas, que tinha interesse em instalar uma unidade na cidade. O terreno foi comprado, o projeto, apresentado, mas a construção de uma via de acesso – sob responsabilidade do Estado – acabou emperrando o projeto. Durante esse período, a empresa adquiriu o controle da fábrica Piraquê, no Rio de Janeiro, e cancelou o negócio em Juiz de Fora.

A criação de um comitê para melhorar o ambiente de negócios, anunciada pela prefeita Margarida Salomão, é um avanço, sobretudo por facilitar a interlocução com as instâncias burocráticas do município. É preciso, de início, saber a quem recorrer quando há interesse em ações empresariais na cidade. Ademais, é fundamental ver nos empreendedores parceiros essenciais para o desenvolvimento do município e de seu entorno. Quando se recorre às instâncias administrativas, não se procura um favor, e sim um direito de atuar, muitas vezes emperrado pela demora na resposta ou na complexidade dos trâmites.

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Quando há hostilidade, o caminho é buscar outras regiões, como já ocorreu em outros projetos, além da M. Dias Branco. Durante a guerra fiscal com o Rio de Janeiro, decorrente da Lei Rosinha, vários empreendimentos atravessaram a divisa e se instalaram na região de Três Rios. O motivo central era a política tributária de Minas, desfavorável em relação ao estado vizinho, mas também faltou vontade política para manter tais empresas na cidade.

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Cortada por duas rodovias federais e próxima aos principais centros econômicos do país, como Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte, Juiz de Fora tem uma vocação a ser cumprida, bastando ampliar a interlocução com agentes econômicos e cobrar políticas de desenvolvimento do Estado. O Aeroporto Regional, que poderia ser um terminal industrial, tem dificuldades em seu entorno, pois a rodovia que lhe dá acesso tem sérios problemas de mobilidade. São fatos conhecidos, mas nada foi feito nas últimas décadas. O Porto Seco, criado para o desembaraço de mercadorias, sofre ameaças do Espírito Santo.

A ação da Prefeitura deve motivar outros setores a se envolverem na busca de investimentos na cidade e na região. A Zona da Mata continua na retaguarda de ações econômicas se comparada a outras regiões do estado. O governador Romeu Zema tem feito visitas frequentes, como na última quinta-feira, mas a implementação de projetos deve ser uma agenda que carece de envolvimento de outros segmentos. A instância política, por exemplo, precisa ampliar sua atuação como porta-voz dos negócios. Para ter sucesso, porém, é fundamental agir de forma conjunta, o que reforça o pleito e garante mais eficácia à pretensão.

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