A discussão sobre as mudanças climáticas deve ser uma agenda recorrente em todos os fóruns ante a sua relevância para o futuro. Há os que não acreditam nos problemas que virão pela frente, a despeito das muitas demonstrações, como os episódios do Rio Grande do Sul, que ainda terão desdobramentos. O jornal “O Globo” destacou informe envolvendo a geleira da Antártica, conhecida como Thwaites, conhecida como “Geleira do Juízo Final”, que passa pelo maior risco de derretimento em escala acima de todas as previsões.
A descoberta dos cientistas é preocupante, uma vez que tal processo pode fazer subir o nível do mar. Pelo mundo afora vemos problemas que podem ganhar mais relevância ante os danos que trazem juntos. As projeções mais pessimistas incluem áreas nobres, como praias do Brasil, especialmente do Rio de Janeiro, mas há situações mais graves.
Países, como a Holanda, que estão abaixo do nível do mar terão que implementar outras ações de médio prazo. Hoje, o sistema de diques dá resultados, mas a dimensão do aumento do nível do mar está ainda em fase de avaliação.
Saindo das consequências e voltando às causas, o aquecimento global é um dos principais fatores já confirmados pela ciência. Os dados, no entanto, ainda não convenceram governos de países poluidores, cujos índices de emissão de gases estão acima da média. Ao contrário, ainda há resistências às mudanças que precisam ser implementadas com base em argumentos econômicos.
De fato, para mudar, haverá consequências, mas, se nada for feito, o resultado pode ser bem mais grave. As chuvas torrenciais ou as secas extremas são claros indicativos dos riscos que se acentuam. Uma expressiva parcela da população mundial não tem acesso suficiente a água potável. Portanto dados não faltam.
Além de medidas, os países precisam formatar projetos de conscientização coletiva, pois os danos ao planeta não são provocados apenas por grandes conglomerados. O dia a dia das cidades é recheado de experiências que levam a danos pontuais, que, somados, formam um expressivo passivo de problemas. Todos, pois, são responsáveis de acordo com suas possibilidades.
A mesma ciência que adverte tem meios de atuar na redução dos danos com o incremento de novas tecnologias. Há expertise suficiente para a elaboração de projetos de mitigação de danos ou tecnologias capazes de efetuar funções sem o comprometimento hoje comum ao meio ambiente.
O noticiário tem sido pródigo em apontar com frequência a reação da natureza. Uma cratera de grande porte está se acentuando em território africano. O que hoje intriga os técnicos pode ser alerta para outras questões que já estão em curso. Um mês de maio com ondas de calor não é algo que deva ser ignorado, sobretudo se comparado com outros anos. O mês já estão no seu terceiro terço, e as temperaturas continuam com cenário de verão.
As projeções indicam ainda que o inverno, que formalmente começa em meados de junho, será um arremedo em relação a outras épocas. Tanto pode ser dessa forma prevista como pode ir também ao extremo, como ocorreu no Hemisfério Norte, quando as temperaturas despencaram a níveis imprevisíveis.
Ao fim, e ao cabo, tem sido mais fácil apontar as alucinações da natureza quando, de fato, a fonte do problema tem nome e endereço.