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Risco da demora

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Quando decidiu ampliar suas ações na região Sudeste, a empresa Moinhos Dias Branco colocou Juiz de Fora na sua agenda. Os contatos foram feitos e avançaram. Com incentivos municipais, as negociações culminaram com a compra do terreno, na Zona Norte da cidade, mas faltava o acesso para o escoamento da produção. O Estado foi acionado e garantiu que, se dependesse disso, o projeto estava consolidado. Era sua única contrapartida num negócio de milhões e com capacidade expressiva de geração de empregos. O tempo avançou, mas o acesso ainda continua preso à burocracia oficial. A Codemig, a quem caberia financiar a obra, passou o projeto para o DER, que acionou a Prefeitura pedindo novas informações. Esta já respondeu, mas os técnicos ainda não deram o carimbo final para elaboração da ordem de serviço.

E é aí que reside o problema. A burocracia nem sempre entende a demanda política e, muito menos, a importância dos projetos para determinadas regiões. Em tempos de crise, a cidade teria um aporte importante com reflexos na região, mas o técnico que analisa a questão não tem essa percepção. Ele precisa ser demandado pela política, o que coloca em primeiro plano o governador e, junto com ele, as lideranças que têm voz na Zona da Mata, no caso, os deputados estaduais. Estes deveriam cobrar do chefe do Governo uma palavra final sobre o acesso, por ser o único elo para início das obras por parte da empresa.

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A M. Dias Branco já conquistou o controle acionário da Piraquê e tem interesse em expandir ainda mais suas atividades, mas não pode esperar tanto tempo, sobretudo por conta dos financiamentos cujas taxas variam de dia para dia. Ademais, se esse impasse prevalecer, não faltarão estados ou municípios interessados em agir com mais presteza para conquistar o parceiro. A empresa reafirmou seu compromisso com a cidade, mas no mundo dos negócios não há espaço para paixões. É o que falta a ser dito ao Governo por meio dos parlamentares. Eles já perceberam que quando falam juntos têm mais força – como ocorreu no fechamento de uma companhia da PM, mas é preciso boa vontade coletiva, despida do viés eleitoral que já marca algumas ações. Se quiserem ganhar a atenção do eleitor, devem fazer o dever de casa, o que implica pedir pressa à burocracia estatal.

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