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Obra inacabada

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Durante sua visita a Juiz de Fora, na última sexta-feira, o governador Romeu Zema, em entrevista à Tribuna, disse que vai concluir o Hospital Regional, destacando que o reinício das obras depende apenas de uma questão burocrática. Hoje, o Estado não pode executar nenhuma ação num terreno que pertence ao Município. Mas, se for por isso, não haverá problemas. Também em entrevista à Rádio Transamérica Juiz de Fora e publicada na Tribuna, a prefeita Margarida Salomão destacou que a transferência – em forma de dação – está nos detalhes finais.

Pelo andar das negociações e pelas questões técnicas, os trabalhos só devem recomeçar no segundo semestre, pois falta, ainda, definir quem vai executar o projeto. É fato que, em havendo dinheiro, essa etapa anda rapidamente. O Governo pretende utilizar parte dos recursos da indenização da Vale do Rio Doce, como já foi anunciado, mas a conclusão deve ficar para a próxima legislatura.

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E aí reside uma questão: é necessário amarrar bem as articulações para não haver solução de continuidade. A obra do hospital já passou por pelo menos três administrações sem que chegasse ao fim. No Brasil, infelizmente, ainda há resistência de um gestor terminar o projeto do antecessor, salvo quando este é do mesmo partido ou teve o seu apoio. Pelo país afora, é possível encontrar esqueletos que, se houvesse outra visão, já estariam concluídos. No caso do Hospital Regional, a falta de dinheiro pesou, mas o esforço também foi bem aquém do necessário.

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A obra física, porém, não é o principal gargalo. O ponto a ser considerado passa, necessariamente, pelo custeio. De onde virão os recursos para a sua manutenção num tempo de repasses limitados? Um hospital de tal porte e pela amplitude de suas metas de atendimento não pode ser gerenciado com uma estrutura incapaz de cumprir as expectativas dos usuários de uma região com cerca de 1,5 milhão de pessoas.

Por isso, quando se fala no projeto, devem ser levadas em conta todas as etapas. Juiz de Fora tem um histórico de atendimento de ponta cujos profissionais também devem ser ouvidos, a fim de garantir a esperada eficiência do hospital, por administração do próprio Estado – como é o propósito inicial – ou até mesmo pela iniciativa privada, sob garantias de acolhimento aos pacientes do SUS.

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