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A voz do Brasil

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Em 2002, quando o então presidente Lula estreou no Fórum Mundial de Davos, havia grande expectativa pelo seu discurso, uma vez que, pela primeira vez, um líder sindicalista assumia a liderança de um país emergente. Havia o temor de mudança drástica na economia, com fechamento do mercado aos investimentos. O discurso mudou tudo. Lula garantiu aos participantes que haveria, sim, forte investimento social, mas na economia não mexeria, pois era um time que estava ganhando. E assim o fez.

O presidente Jair Bolsonaro estreia nesta terça-feira no mesmo fórum também sob os olhares desconfiados do mercado. Ele se elegeu com uma bandeira liberal, garantindo aos investidores que a economia estará aberta ao capital estrangeiro. O ministro Paulo Guedes deve dizer que o programa de privatizações será acelerado, embora ainda não tenha definido quais ativos estarão à venda.

Sem as grandes estrelas mundiais, como os líderes dos Estados Unidos, Grã-Bretanha, Alemanha e França, o presidente brasileiro tem tudo para capitalizar as atenções do mercado, sobretudo pelo próprio viés empresarial que marca Davos. Seu pronunciamento está cercado de atenção em virtude da inflexão à direita que marcou o último pleito e o discurso que levou aos palanques de combate à corrupção. Por isso, além de Guedes, a presença do ministro Sérgio Moro é estratégica.

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Mas isso só não basta. O Brasil ainda é visto com desconfiança pelos investidores que, só a partir do que será dito nesta terça-feira, vão mexer suas peças. Há perspectivas preocupantes no cenário mundial, por conta da instabilidade do presidente americano, Donald Trump, da incerteza do Brexit de Tereza May e da saída de Angela Merkel do cenário mundial.

Ao mesmo tempo em que estará sob os holofotes, o presidente precisa ser convincente, pois os participantes de Davos não são eleitores. São homens de negócios que só agem diante de sólidas garantias.

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