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Do soldado ao coronel

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Na última segunda-feira, os mineiros presenciaram uma cena inédita. Praças e oficiais da centenária Polícia Militar de Minas Gerais estavam juntos num protesto contra a Proposta de Lei Complementar 257, que prevê regras para a renegociação da dívida dos estados. Ao lado do Rio de Janeiro, Minas está tecnicamente quebrado, e só o socorro da União será capaz de revitalizar suas contas. Só que a área econômica federal impõe condições, e uma delas implica uma dura contenção de gastos.

Os militares e também os policiais civis veem no projeto um congelamento de carreiras, salários, promoções e recrutamento de novos integrantes das corporações. Por isso, exigem que o governador faça o acordo, por considerá-lo necessário, mas sem acatar tais políticas que afetariam milhares de profissionais. Até o comandante-geral engrossou o coro dos que rejeitam a submissão total às propostas do Planalto.

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O próximo passo é saber como Brasília irá reagir e como o governador Fernando Pimentel vai gerenciar tal impasse: se aceitar as regras da equipe econômica, terá que enfrentar uma greve na área de segurança; se não aceitar, corre o risco de não receber os benefícios necessários para salvar a economia mineira. Em suma, está entre a cruz e a espada. Se a decisão retornar aos estados, ele ficará na mesma posição.

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O preocupante nesse enredo são os possíveis desdobramentos de uma paralisação. A despeito de os próprios manifestantes advertirem que suas ações serão dentro da ordem, o que preocupa, de fato, é a segurança das ruas e da população. Se hoje já há números que superaram estatísticas de outras épocas, o que esperar se a polícia ficar recolhida aos quartéis? As greves só funcionam quando causam incômodo, mas, no caso, é mais do que isso, pois implica a defesa de princípios básicos da população, como o direito de ir e vir. Mas como fazê-lo sem segurança?

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