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Conscientização coletiva

editorial
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A Avenida Rio Branco, principal corredor viário de Juiz de Fora, numa extensão que se aproxima dos seis quilômetros, passou por várias reformas – como a retirada dos bondes, ainda no primeiro mandato de Itamar Franco (1967 a 1970) -, mas foi na gestão Mello Reis (1977 a 1982) a implementação do maior volume de obras não apenas com a inauguração do Mergulhão, às vésperas das eleições de 1982, mas também pela nova modelagem do transporte público. Até então, os ônibus trafegavam na pista lateral e os pontos ficavam nos passeios, como ocorre nas demais vias da cidade. Foi criada a pista exclusiva, dando fim à tumultuada convivência entre ônibus e automóveis.

No entanto, quando entregou a obra, Mello Reis advertiu tratar-se de um projeto viável pelos próximos trinta anos, indicando que, a partir de 2012, era necessária uma profunda avaliação da sua eficiência ante a chegada dos novos tempos. E tinha razão. O volume de veículos na área central cresceu além das projeções, fenômeno, aliás, registrado em todas as metrópole, sobretudo após a ascensão da classe média, que teve acesso a financiamentos de longo prazo para a aquisição de automóveis.

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Hoje, a mobilidade tornou-se um dos principais desafios dos gestores públicos em decorrência da falta de espaço para abrigar tamanha demanda, indicando que é preciso reformar o sistema, como já ocorre em cidades europeias, nas quais, ora há restrições para automóveis na área urbana, ora é cobrado um salgado pedágio para inibir o uso.

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Mas isso só será possível quando o transporte público for, de fato, eficiente em todas as suas etapas. Ademais, é fundamental conscientizar a população a utilizá-lo, o que não é uma ação simples.
Entretanto, enquanto não ocorre uma guinada completa, a conscientização ainda é a forma mais adequada não apenas para mudar o olhar dos usuários, mas também para solução do gargalo da segurança no trânsito.

Na edição dessa quarta-feira, a Tribuna destacou números do Observatório de Segurança Pública, da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública, nomeando a Avenida Rio Branco como uma das dez mais perigosas vias urbanas de Minas Gerais. Os dados apontam, especialmente, atropelamentos que ocorrem não apenas pela imprudência dos motoristas, mas também dos pedestres.

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A principal Avenida da cidade é, de fato, perigosa, mas houve avanços com a instalação de redutores de velocidade em diversos pontos e de radares delimitando a velocidade em 50 quilômetros. E sinalização é um dado a melhorar, sobretudo indicando ser uma via em que o pedestre e o ciclista têm prioridade. No caso destes, é necessário ainda a mútua conscientização. Os motoristas precisam ficar atento aos ciclistas e estes devem respeitar as regras, andando com sinalizadores e, sobretudo, na faixa lateral em vez do rotineiro zig-zag entre os carros, como é próprio de motos, e seus sistemáticos avanços do sinal vermelho. Mas esta é outra discussão a ser feita.

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