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Salvar vidas

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A Semana Nacional do Trânsito, que este ano tem como tema “No trânsito, sua responsabilidade salva vidas”, deve ser uma agenda permanente de governos e sociedade ante a sua relevância. O país, a despeito das muitas e necessárias campanhas, é um dos que registram o maior número de vítimas seja na área urbana, seja nas rodovias. Boa parte desses acidentes ocorre por negligência dos próprios usuários, mas outra parcela tem como causa a qualidade das rodovias nacionais.

O mote de 2021 tem todo sentido por imputar à responsabilidade uma das garantias para a mobilidade urbana. Quando as regras são respeitadas, o número de casos tem queda abissal, já que estão todos nas mesmas condições. O inverso, porém, é verdadeiro: numa sociedade em que burlar as regras é um modelo de agir, os riscos são bem mais acentuados.

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Com a volta às aulas, o desafio urbano é manter a trafegabilidade sem comprometer os demais usuários, sobretudo nos horários de pico. Com a pandemia, a transferência das aulas para o modelo home office reduziu a demanda, que já havia caído também em outras instâncias. Mesmo que nada seja como antes, a cidade e os usuários devem estar aptos para esse recomeço.

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E é aí que surgem os desafios. A volta às aulas implica, também, a retomada do transporte coletivo em sua plenitude, exigindo das empresas o atendimento completo dessa nova demanda. A Prefeitura destaca que essa conversa já foi feita, restando, agora, conferir na prática como ficará a situação.

Mas a semana do trânsito não se fixa apenas num modelo. Ela deve servir de alerta para a necessidade permanente de políticas públicas, que facilitem a vida dos usuários do sistema dentro ou fora das cidades. Nas rodovias, sejam elas federais ou estaduais, o cenário continua sendo de preocupação, sobretudo nas que não foram privatizadas. Há um claro sinal de abandono.

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Para ficar no entorno de Juiz de Fora, basta comparar as condições da BR-040, totalmente privatizada, e a BR-267, sob responsabilidade de Dnit. A primeira, a despeito das discussões em torno das concessões, seja na direção do Rio de Janeiro, seja no trecho Juiz de Fora-Brasília, tem muito mais segurança e qualidade em toda a sua extensão. Já a rodovia que corta a região no sentido transversal, ligando a BR-116 ao Sul de Minas, tem trechos que carecem de intervenção imediata. A Tribuna, ao longo desses anos todos, têm apontado essa situação.

No âmbito interno, a cidade precisa resolver de vez o imbróglio da BR-440, hoje um elefante branco, que liga o nada a lugar algum, e ainda se tornou um transtorno para seu entorno, já que as obras estão, de novo, paradas sem data para a sua retomada. A ligação com a BR-040 é uma questão de metros, após terem sido resolvidas as demandas ambientais, e na outra ponta o usuário se depara com tubos e cones numa divisão improvisada que já era para ter sido resolvida.

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Sem funcionalidade, salvo para o improvisado lazer, a rodovia devia entrar na lista de prioridades, inclusive da instância política, pois, enquanto Belo Horizonte receberá recursos para um novo rodoanel, aqui não se sabe, sequer, o que será feito com uma rodovia fantasma.

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