Ajudar o Rio de Janeiro, por conta dos Jogos Olímpicos, como argumentam as autoridades, pode ser uma alternativa viável, mas o Governo, desde ontem, vem tentando dizer aos demais governadores que cada caso é um caso, a fim de evitar o efeito cascata da decisão. Trata-se de algo difícil, pois estados e municípios, respeitadas as devidas proporções, chegaram a esse estado de penúria não apenas por ações perdulárias mas em função de um cenário em que a União recolhe e os demais entes federativos ficam à mercê dos humores políticos da área econômica.
É fato que muitos municípios e governos estaduais avançaram a linha estabelecida pela legislação de responsabilidade fiscal, mas punir alguns estados e atender a outros é um problema, em vez de solução. Minas, por exemplo, vive em estado de penúria, sem condições de cumprir compromissos básicos em decorrência de uma política fiscal da União, que repassou as obrigações sem dar os mesmos direitos. Nesse aspecto, a pior situação é dos municípios, que assumem demandas que não são, necessariamente, suas, sem os devidos repasses. O caso clássico está na saúde.
Na série sobre os hospitais, a Tribuna mostrou a situação dos diversos pontos de atendimento que estão em dificuldades. O HPS tornou-se a principal porta de entrada da maioria das emergências, embora outras unidades estejam credenciadas. O resultado é, por excesso de pacientes, o atendimento comprometido. E tudo começa na União, que mantém uma política econômica centralizada sem dar a devida atenção às demais instâncias.
O caso do Rio de Janeiro pode ser uma referência para se encontrar uma solução. Caso contrário, além de um problema político, por atender a um só estado, o Governo estará abrindo um perigoso precedente na economia.