O aumento do faturamento em 70% dos bares participantes do Comida di Buteco, que vai até o dia 28, consta que o turismo de eventos continua sendo uma das principais ações para ampliar a circulação de recursos e atração de novos negócios, já que, além do aumento de receitas dos participantes, há reflexos também na geração de empregos, mesmo temporariamente, como são os casos de cozinheiros, garçons e ajudantes. Muitos acabam sendo efetivados em razão do movimento que continua em alta após o encerramento do evento.
Como a maioria dos bares insere os pratos em promoções e nos cardápios, os clientes mantêm um fluxo contínuo pelo qual todos ganham.
Juiz de Fora agregou vários pontos de turismo ao longo dos últimos anos, como o Jardim Botânico e o Parque Municipal. Ambos têm sido bastante procurados revertendo o desgastado discurso de a cidade não ter belezas naturais para atrair visitantes. Agora tem e há potencial para mais.
No caso do turismo de eventos, ele é resultado de uma combinação de ações nas quais o setor público e o privado podem atuar de forma coordenada. O viés gastronômico, que, além do Comida di Buteco, tem o JF Sabor, já se mostrou uma experiência de sucesso, mas a cidade precisa avaliar outras vocações que podem ser exploradas.
Reconhecidamente um polo cultural, há margem para ampliar esse segmento na formatação de projetos capazes de atrair visitantes. Festivais de música, cinema, artes e literatura mobilizam um expressivo público. Nos anos 1970, a cidade acolheu festivais que não só revelaram talentos, mas também músicas de sucesso nacional. Mesmo em pequena escala, festivais que celebram a cultura local podem atrair o turismo regional e nacional.
Com um estádio e um ginásio poliesportivo em condições de acolher grandes competições, o setor esportivo também pode ser matriz na atração de visitantes. Diante dos custos dos estádios, muitas equipes, especialmente do Rio de Janeiro, buscam outras praças para comandar seus jogos. A cidade já viveu essa experiência, que trouxe não apenas os torcedores do Rio de Janeiro, mas também da região.
Na última quinta-feira terminou o encontro de Supermercados de Minas Gerais, que atraiu produtores de todas as partes do país. Com uma estrutura que não se esgota no Expominas – o maior e principal Centro de Convenções da Região – a cidade também tem condições de ser sede de feiras comerciais e conferências.
Dito isto, existem elementos suficientes para considerar a cidade como um centro de atração de negócios permanente. Especialmente se estratégias bem planejadas forem implementadas, não apenas atraindo turistas, mas também sendo sustentáveis e beneficiando a comunidade local a longo prazo.
Ademais, uma das premissas básicas é avaliar os impactos ambientais, sociais e econômicos, garantindo que o turismo seja uma força positiva para a cidade e não uma imposição pontual. Próxima de centros de grande relevância, como o Rio de Janeiro, Juiz de Fora tem desafios a serem enfrentados, mas as experiências colocadas em pauta já mostraram que há meios para levar tais metas adiante.