Na sua próxima visita à cidade, provavelmente em março, o governador Romeu Zema, além de entregar as obras de reconstrução dos Grupos Centrais, deve anunciar a recuperação do antigo prédio da Superintendência Regional de Ensino, nas cercanias da Praça Agassis. Em confirmando a medida, ele vai recuperar um prédio que faz parte das memórias da cidade – cujas instalações, hoje, estão comprometidas pela ação do tempo e do descaso.
A Tribuna foi às ruas e levantou outros imóveis históricos que carecem de recuperação e que contam a história do município. Um deles, e bastante emblemático pela localização, é o espaço, no Morro do Imperador, que abrigava a antiga TV Industrial. Ele já foi indicado para ser um Museu da Imprensa, pelo próprio fato de ter sido construído para abrigar uma das emissoras pioneiras da TV. A ideia já foi discutida, equipamentos, levantados, mas ainda não houve um desfecho. Enquanto isso, o imóvel se submete à ação do tempo.
Há outros, como o prédio do PAM-Andradas, de propriedade da União, que há muito tempo carece de recuperação.
Prestes a completar 173 anos de emancipação, Juiz de Fora abriga diversos prédios que são a face mais visível de todos esses anos e que não podem ser relegados ao silêncio da história. Ao contrário, sua recuperação não é um gesto de puro saudosismo. Devem servir de referência para o futuro a ser traçado com base em empreendimentos pioneiros, que revelam, sobretudo, a pujança da cidade, vista como Princesa de Minas e Manchester Mineira. Tais denominações não foram de graça. Significavam e ainda significam momentos emblemáticos da sua própria história.
Quando se discutia a transferência da capital mineira para outra região, ante os problemas visíveis de Ouro Preto, Juiz de Fora entrou no páreo devido à sua relevância política e econômica. Não levou, mas o próprio tempo se encarregou de colocá-la entre as mais significativas regiões do estado.
Polo cafeeiro, seguido pela tecelagem, Juiz de Fora abriga novas vocações, sobretudo na área de serviço. Há outras que se revelam cotidianamente.
Entretanto olhar o que foi feito é uma necessidade, sobretudo quando se veem no retrovisor construções que explicitam a capacidade do município de liderar uma região estratégica, como a Zona da Mata.