A despeito de a Superintendência Regional de Ensino assegurar que a situação está sob controle, o cenário levantado pela Tribuna e mostrado na edição de domingo vai além dessas observações. Há um claro sucateamento de algumas escolas estaduais, e o que mais preocupa é a falta de perspectiva na busca de soluções. A cidade já vive há anos com os Grupos Centrais sendo consumidos pelo tempo, enquanto os alunos estudam em um espaço alugado, repetindo situação de outras jornadas, quando foram tratados como nômades. Construído para receber o imperador Pedro II, que nunca o visitou, o grupo, na esquina da Avenida Rio Branco com a Rua Braz Bernardino, é uma referência arquitetônica, que, se nada for feito, seguirá a trilha de outros espaços deteriorados.
Mas a questão física não é o único problema. Já na retomada do período escolar de 2017, várias unidades não puderam iniciar as aulas por conta da falta de professores, fruto de problemas na designação. A SRE assegura que o caso já foi resolvido, mas, além dele, há outros. Não se desconhece o esforço das instâncias intermediárias em buscar soluções, mas é necessário cobrar da secretaria, em Belo Horizonte, uma saída para esses impasses, que acabam se tornando um grande problema, no qual os alunos acabam sendo as principais vítimas.
A educação é um direito pétreo assegurado em lei e, para tanto, deve ser concedida de forma adequada para a promoção da cidadania e de formação dos homens e mulheres do futuro. Sem educação, só restam incertezas, ficando cada vez mais claro que a falta de investimentos nesse setor é a causa da maioria dos problemas do país, a começar pela segurança pública, um dos dramas dessas instituições. Famílias se desestruturam, o mercado de trabalho barra o acesso, e os personagens do dia a dia acabam sendo presas fáceis do submundo do crime. Por isso, investir na educação de qualidade é fundamental para reverter o jogo ora jogado em todo o país.