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Atores de 2026

editorial
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A nacionalização das campanhas eleitorais para prefeituras e câmaras municipais nem sempre dá certo, uma vez que o eleitor, em tais situações, quer discutir as suas demandas imediatas, mas há conexão entre essa – que pelo país afora elegeu vereadores e vereadoras, prefeitos e prefeitas – e a disputa nacional, prevista para outubro de 2026.

A nacionalização é uma estratégia que faz sentido nas grandes metrópoles, como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, por despertar a atenção dos players nacionais que se apresentarão no páreo para a Presidência da República. Desde 2018 o embate entre lulistas e bolsonaristas tornou-se a pedra de toque nesse confronto. Como um já foi presidente e outro está no terceiro mandato, a discussão, automaticamente, sobe de patamar.

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Por outro lado, é próprio do jogo político utilizar eleições intermediárias como teste para a disputa seguinte ou para se cacifar para um novo mandato. Na eleição em Juiz de Fora, com exceção da professora Victoria Mello (PSTU), os demais candidatos e candidatas tinham experiência legislativa. A prefeita reeleita Margarida Salomão já foi deputada federal. O candidato pelo PL, Charlles Evangelista, também cumpriu um mandato em Brasília. A representante do Avante, Ione Barbosa, tem mandato de deputada federal. Júlio Delgado é um veterano do Parlamento, tendo cumprido seis mandatos como deputado federal, enquanto Isauro Calais, do Republicanos, teve assento na Assembleia Legislativa.

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As urnas de 6 de outubro podem ser a referência para a etapa de 2026, embora não haja confirmação de os não eleitos estarem de novo no palanque, agora para uma jornada legislativa. É plenamente republicano, mas os votos que obtiveram são emblemáticos para próximas estratégicas, mesmo sendo disputas totalmente distintas. Há lições a serem tiradas.

Nesse pacote podem surgir novos atores, inclusive vereadores eleitos com aspirações de upgrade na carreira. Também é do jogo. Em 2022, a cidade elegeu duas representantes para a Câmara Federal – Ana Pimentel (PT) e Ione Barbosa (Avante) -, enquanto a delegada Sheila Oliveira (PL) e Roberto Cupollilo foram para o Legislativo estadual.

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As evidências indicam que, com raras exceções, todos estarão nas urnas em busca de um espaço nos parlamentos a despeito do desempenho no pleito de 2024.

A questão em aberto é o discurso a ser apresentado ao eleitor. Uma disputa proporcional para a Câmara Federal e para a Assembleia Legislativa não comporta críticas ao Executivo, como é próprio do enfrentamento majoritário. Além de convencer o eleitor, os candidatos e as candidatas precisam estar alinhados com seus partidos e com eventuais parceiros de jornada, a fim de produzir alianças. Caso contrário, se também não adaptarem o discurso para os novos tempos, estarão sob o risco de não alcançarem os seus propósitos.

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