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Novo mundo

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O debate que se estabeleceu em torno do WhatsApp, que estaria sendo utilizado para desconstruir candidaturas e dar ênfase a outros personagens, ainda não terá um desfecho ante os pontos cegos que ainda cercam essa discussão. Ferramenta que tomou o espaço do Facebook, ele ainda é uma incógnita para uma importante parcela da população, que dele faz uso sem avaliar as consequências. E os que sabem o utilizam com diversos fins, como ficou claro nessa campanha. O melhor caminho é a Justiça, como fez o deputado Júlio Delgado, que vai insistir na divulgação do personagem, ou personagens, que impulsionou uma série de críticas contra seu mandato em nome de algum projeto político.

Não é de hoje que se discute a dimensão das redes sociais nas eleições. Se durante anos o rádio e a televisão eram os meios mais eficientes, esse foco mudou, sobretudo pela capacidade de mobilização do WhatsApp já a partir das manifestações de 2013, quando foi a matriz para eventos em questões de horas, graças à capacidade de compartilhamento que faz dele um fator de divulgação em tempo real. O que não se esperava, porém, era esse novo modelo de utilização que levou a própria empresa gestora a tirar do ar vários implementadores por estarem — nesse entendimento inicial — agindo fora das regras do jogo.

A questão, porém, é que ainda não há um debate consistente sobre essa demanda, a começar pelo mundo acadêmico, que também se encontra na fase exploratória. Os agentes da informação ainda não desvendaram a extensão das possibilidades das redes sociais, embora seu uso, hoje, seja bem mais eficiente do que em pleitos anteriores. O dado em aberto é saber se haverá algum tipo de controle para melhorar o fluxo da informação.

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Os autores das postagens contam com o compartilhamento, feito, em boa parte, sem uma consistente avaliação do conteúdo. E não é só na política. Episódios do cotidiano trafegam pela rede mundial sem a mínima governança e acabam sendo motivadores das fake news, que encontram território fértil para a sua propagação.

Daí, a relevância dos meios formais de informação, que buscam o fato sob o olhar da informação, mas preocupados com a apuração profunda e no contraponto, uma vez que a ausência do contraditório deixa a notícia capenga, sobretudo quando há o choque de versões.

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