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Olhem as ruas

editorial moderno2
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A pandemia, que já dura um ano e meio, devastou famílias e provocou um estrago econômico na vida de outras tantas, sem que haja, ainda, um sinal de volta completa à normalidade. O Brasil continua atrasado no processo de vacinação, o que impede investimentos em áreas que ficaram comprometidas pela ação do vírus. O país já tem meio milhão de mortos e um expressivo número de desempregados.

O resultado dessa combinação de mazelas pode ser visto nas ruas das metrópoles. E Juiz de Fora não é exceção. Cresceu substancialmente o número de ambulantes nas áreas centrais, muitos deles sem o devido registro, mas o que mais chama a atenção, em meio a esse contingente, são as crianças que ocupam esquinas em malabarismos para obter algum rendimento ou então vendendo balas, muitas vezes sendo usadas por adultos, ora com dolo, ora por contingências sociais.

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Olhar as ruas é uma necessidade coletiva, pois a sociedade vive sob o dilema de saber como se portar diante desses personagens. Há quem entenda que adquirir algum produto é um incentivo para o crescimento dessa população em situação de rua. Outros vão pela trilha inversa, considerando ser uma ação que se faz necessária como um apoio mínimo a esses indigentes que não têm alternativas para garantir a sua sobrevivência.

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As ruas estão ocupadas, mas a discussão deve ser feita em compartimentos estanques. O caso dos ambulantes, embora tenha como causa comum o empobrecimento da população, deve ser tratado sob a ótica econômica, pois há uma aberta concorrência com o setor formal, responsável pela geração de emprego e renda, além de pagamento de tributos. Há discussões em torno de medidas a serem tomadas, uma delas defendendo a implementação de um espaço próprio para esses atores. Em Belo Horizonte, onde se registra a experiência de maior eficácia, os ambulantes saíram das ruas e foram para o Shopping OI, na área central da cidade. Tornou-se um sucesso de negócio.

Em Juiz de Fora, como já foi destacado em várias ocasiões neste mesmo espaço, houve um ensaio, ainda na segunda gestão Tarcísio Delgado, quando se avaliou a possibilidade de colocar os ambulantes num espaço a ser construído sobre o estacionamento do Espaço Mascarenhas, na área Central da cidade. A ideia não prosperou.

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No caso das crianças, a situação é mais grave, pois demanda atendimento a elas e às suas famílias, uma missão que exige processos sociais de grande monta. Há várias medidas em curso e secretarias próprias para tal missão, mas reverter o quadro não é simples, devendo ser incluído na agenda permanente das administrações.

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