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Impasse tem que acabar

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A derrubada de um veto do governador Romeu Zema às emendas que concederam um reajuste adicional para os servidores públicos do Estado, já contemplados com uma alíquota de 10,06%, aponta para um novo impasse entre o Executivo e o Legislativo de Minas, já que o Governo anunciou que vai recorrer ao Judiciário sob o argumento de os deputados não terem apontado a fonte de financiamento para esse novo reajuste, extrapolando, no seu entendimento, a sua competência.

Desde o início da atual legislatura, as duas casas vivem uma queda de braço por conta de intransigência de ambos os lados. Cumprindo o seu primeiro mandato público, o governador, sob o argumento da nova política, é pouco afeito ao diálogo com os deputados. Oriundo da iniciativa privada, tem uma visão distinta da administração, considerando que não há necessidade de acatar pleitos da instância legislativa.

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Esta, por sua vez, ainda não entendeu os novos tempos, e muitos de seus membros continuam com o velho conceito de fazer do Executivo uma extensão de seus mandatos, ora indicando afilhados para cargos, ora pressionando sob a ameaça de bloquear as propostas em tramitação no Legislativo. O impasse da vez apontou para um Governo que não conversou com a Assembleia e uma Assembleia que, mesmo diante das circunstâncias econômicas, jogou para a plateia, no caso, os servidores.

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Esse impasse tem que acabar. Embora faltem apenas sete meses e meio para o fim do atual mandato, é tempo suficiente para estragos que podem ser evitados desde que os dois lados, republicanamente, aceitem conversar. Em meio a uma campanha eleitoral, a corda tende a esticar mais ainda, o que será um problema que vai além das partes, afetando, sim, a própria população.

Como boa parte dos entes federativos, Minas, a despeito de uma sólida economia, tem problemas graves que precisam ser superados, sobretudo por conta do endividamento herdado de gestões anteriores. A solução não vai ocorrer à base do big stick, pois desse modo só haverá tensão e nenhum avanço. Tanto o atual governador quanto um eventual sucessor precisam enfrentar o problema de frente, já que muitos projetos não saem do papel por conta da incapacidade do Estado de ter novos endividamentos.

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Num momento como esse, mesmo com a campanha eleitoral, é fundamental que todos adotem o princípio da razoabilidade, abrindo margens para negociações. O eleitor terá papel assertivo nesse debate, que será bom para todos se, em vez do enfrentamento, caminhar para a conciliação, sem que isso signifique vitória ou perda para um dos lados. Minas é quem sai vitoriosa.

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