É preciso insistir em projetos que viabilizem o Expominas como Centro de Convenção, e não como um depósito de empresas, como já admitem as autoridades estaduais
Durante sua passagem por Juiz de Fora, o diretor de Recursos da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig), Zito Vieira, mesmo não estando diretamente ligado ao tema, advertiu que a companhia está buscando alternativas para viabilizar o Expominas, cujo custo anual é de R$ 1 milhão. E não descartou a possibilidade de uso e exploração comercial do espaço pela iniciativa privada.
Isso significa que, em vez de um centro de convenções, pode se tornar um depósito de grandes empresas, num ponto estratégico, às margens da BR-040. No último pregão, no mês passado, não houve interessados, mais em função das condições apresentadas pelo Governo do estado do que pela vontade das empresas.
Projeto iniciado na gestão Itamar Franco, quando este fez do empreendimento um pacote para o futuro, junto com o Aeroporto Regional, para alavancar o desenvolvimento da Zona da Mata, o Expominas não emplacou, recebendo eventos aquém da sua capacidade, o que faz dele, hoje, um sorvedouro de dinheiro sem o devido retorno. Mesmo assim, não é hora de desistir. As representações políticas e empresariais devem insistir na discussão de projetos para torná-lo viável, pois não haverá outra chance para se encontrar um espaço de tal magnitude.
A crise econômica, é fato, contribuiu para esse esvaziamento, pois os grandes eventos, que já não encontravam vagas nas praças do Rio, de São Paulo e Belo Horizonte, estavam aptos a migrar para Juiz de Fora. Agora, nem nessas regiões há superlotação. Por isso, o jogo ainda está aberto, mas é preciso haver vigília, para que a cidade não se surpreenda com decisões diretas do Governo, que podem enterrar de vez os sonhos de Itamar. O ex-presidente enxergava anos à frente, como é possível ver em várias de suas medidas como prefeito de Juiz de Fora. O pragmatismo das autoridades, na busca de resultados imediatos, pode se tornar uma armadilha para a cidade e para a região.