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Ações imediatas

editorial
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Pesquisa do Conexis Brasil Digital, divulgada nessa terça-feira pela Tribuna, revela que somente no ano passado foram furtados 506 mil metros de cabos de telecomunicações em Minas Gerais, o que faz do Estado o quarto com maior incidência desse tipo de crime, ficando atrás de São Paulo, Paraná e Bahia.

Os dados são emblemáticos não apenas para indicar a extensão do dano, mas também para destacar a necessidade de medidas mais rígidas para coibir a ação dos criminosos e, por extensão, dos que se beneficiam com o produto furtado.

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De acordo com a pesquisa, 848 mil clientes mineiros foram impactados pelo furto ou roubo de cabos de telecomunicações. As reclamações sobre a queda de sinal evidenciam o impacto desses furtos e roubos. Há consequências em outras áreas, como serviços essenciais, como internet, telefone e até mesmo sistemas de segurança.

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Em Juiz de Fora, a polícia e órgãos públicos estão implementando várias ações, incluindo a exigência de registro para ferros-velhos e a renovação contínua dos registros de compra. Entende-se de que o crime se consuma por conta de receptadores que usam a mão de obra barata de pessoas ora em situação de rua ou dependentes químicos. Por uma mísera compensação, cometem tais delitos.

Mas é preciso avançar. Há consenso sobre a necessidade de investimentos na segurança, incluindo a vigilância em áreas vulneráveis, como instalações de telecomunicações e locais nos quais os cabos são mais frequentemente alvos de furto. Isso pode ser feito por meio de câmeras de segurança, alarmes e patrulhamento policial.

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Outra opção, já implementada em diversas regiões, é o uso de tecnologias de rastreamento em cabos para facilitar sua localização. Adotar métodos de identificação única para os cabos também pode dificultar a venda ilegal e facilitar a recuperação.

Nesse aspecto há um problema. Em recente audiência na Câmara Municipal, constatou-se que a maior parte dos usuários dos postes não é registrada na Cemig, que faz a cessão do espaço. No levantamento apresentado aos vereadores, somente sete empresas estavam habilitadas. As demais são fantasmas que provocam o perverso cenário de emaranhados de fios, muitos deles jogados ao chão.

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No início desta semana, um homem morreu no Rio de Janeiro ao encostar num desses postes congestionados, uma vez que uma das redes soltas estava energizadas.

Após a audiência, criou-se a expectativa de que haveria uma ação mais dura da concessionária, embora, a princípio, resistisse à proposta de retirar dos postes os usuários não autorizados, sob o argumento de temer o comprometimento de serviços. Tal justificativa não se sustenta, pois, por não haver ação alguma é que se forma uma autêntica “macarronada” de fios sem qualquer controle.

Embora a construção de redes subterrâneas seja uma solução eficaz, os custos são proibitivos, o que leva a discussão para a busca de alternativas viáveis, como o uso de materiais mais resistentes a vandalismo ou construção de estruturas compartilhadas, com a cooperação entre setores.

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Nos Estados Unidos e em países europeus as medidas são semelhantes às enunciadas, mas pesa também um dado relevante: a punição dos responsáveis pelos atos criminosos. A legislação é mais rigorosa quando se trata de crimes relacionados à infraestrutura crítica como telecomunicações. As penas mais severas podem servir como um dissuasor eficaz.

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