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LONGE DAS RUAS

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Terminou na sexta-feira a janela partidária aberta pelo Senado, pela qual políticos migraram de um partido para o outro sem o risco de perda do mandato por infidelidade partidária. Vários parlamentares estaduais e vereadores com domicílio eleitoral em Juiz de Fora mudaram de legenda sob os mais diversos argumentos, na maioria das vezes, de olho nos próximos pleitos e na sua mobilidade pelos bastidores da política. Mudanças sob o viés ideológico foram exceção, apontando para o papel que os partidos hoje desempenham nas diversas instâncias.

Em boa parte dos casos, valeu a conveniência sem que o eleitor fosse consultado, embora seja ele o dono do voto dado nos pleitos que elegeram esses migrantes. E é por conta dessa ausência de link entre o mandato e as ruas que a instância política perde prestígio a cada avaliação. As recentes manifestações foram a prova material desse distanciamento, o que não é bom por conta da importância da política como objeto de transformação.

Nos protestos contra o Governo, políticos até da oposição chegaram a ser hostilizados, com as militâncias, articuladas por associações apartidárias, que preferiram exaltar, sobretudo, o juiz Sérgio Moro, visto como o responsável por atender aos seus pleitos. No outro lado da trincheira, os defensores do Governo ainda mantêm aproximação com o Partido dos Trabalhadores, mas a maior identificação é vista nos movimentos sociais e nas centrais sindicais.

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A pior parte desse enredo é que não se vem movimentos para reverter o jogo. O Congresso se volta especialmente para o próprio umbigo, num jogo de conveniências que afeta a maioria das legendas. Mesmo diante da deterioração de seu prestígio, os políticos continuam agindo em causa própria, mais interessados em acordos, para obter espaço de olho nas próximas eleições.

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