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A terceira dose

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A adoção da terceira dose da vacina para a faixa acima dos 18 anos, com um prazo de carência de cinco meses, é um ensaio para o processo de imunização que, tal qual a gripe, deve ganhar contornos sazonais. A ciência ainda não definiu o prazo de eficácia do imunizante por só ter meio de fazer a comprovação com o decorrer do tempo, mas já se sabe que duas ou três doses não são definitivas para o enfrentamento ao vírus.

A meta é, a partir de um maior grau de vacinados, que ele se manifeste na forma mais branda, sem levar milhões de pessoas aos hospitais, comprometendo o atendimento pelo mundo afora. No Brasil, o SUS foi e continua sendo uma referência, mas nem ele deu conta integralmente da inesperada demanda dos últimos dois anos. Nesse cenário todo, ainda houve aqueles que se aproveitaram da situação para ganhos pessoais ou corporativos, como revelou a CPI da Covid, cujo relatório ainda está sobre a mesa do procurador-geral da República, Augusto Aras.

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Seja qual foi a sua fala no relatório final, a vacinação continua sendo um caso à parte, por conta de uma nova rodada, que deve estar em curso já no ano que vem. Daí, é fundamental o incentivo aos projetos que garantam a produção do imunizante no país, para afastar o risco da falta no mercado internacional. O Brasil tem um quadro científico que já se mostrou apto para produzir o imunizante e seus insumos sem depender de importação.

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E não haverá outro caminho. A vacina contra a Covid, pelos próximos anos, terá o mesmo modelo da imunização contra a gripe. De ano em ano, sobretudo na população acima de 60 anos, já é comum a rotina de se buscar os postos. Tem dado certo. O Brasil, ao contrário de países do chamado primeiro mundo, não encontra resistência na vacinação, salvo as exceções, que se manifestam, ora pelo viés religioso, ora pelo viés ideológico. Mas não são maioria como atestam os números.

Nos Estados Unidos e na Europa, uma nova onda de casos está preocupando as autoridades por conta de sua dimensão. Na maioria das ocorrências, as vítimas são de não vacinados, cuja ação, porém, não se esgota neles próprios, tornando-se uma fonte de disseminação da doença.

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As autoridades governamentais e sanitárias estão retomando práticas consideradas vencidas, como lockdown e até demissão de quem, no serviço público, se recusa a ser imunizado, reabrindo a discussão do livre arbítrio. E ainda entra em pauta a chamada vontade geral: mesmo que tenha o direito de ir e agir, quem cobra essa prerrogativa precisa considerar, também, as suas obrigações.

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