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Espaço para os ciclistas

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Embora ainda não tenha chegado ao palanque dos candidatos tanto à Presidência da República quanto ao Governo estadual, a mobilidade urbana é um dos temas mais relevantes a ser levado ao eleitor, pois é este o principal afetado pelo cenário das cidades pelo país afora. Nesta sexta-feira (19) comemora-se o Dia do Ciclista. Trata-se de uma data emblemática para um segmento em crescimento por razões distintas, mas que carece de atenção.

Pelo lado da saúde, andar de bicicleta é um dos hábitos mais saudáveis, e as ruas estão repletas de usuários que fazem dessa prática de lazer e de esporte uma atividade permanente. Por outro lado, ante os impasses das metrópoles, uma significativa parcela tem na bicicleta um instrumento de trabalho.

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É comum as ruas serem ocupadas por carros e bicicletas numa convivência tensa, sobretudo nas regiões sem ciclovias. Em Juiz de Fora, se fala do assunto há anos com ensaios tímidos na área, como a pintura de faixas na Avenida Rio Branco avisando que a pista não é apenas dos automóveis, mas também dos usuários de bicicletas, daí a necessidade de atenção. Uma expressiva parcela ignora a advertência.
Mas o principal projeto é a implementação de uma ciclovia mesmo diante das características da cidade instalada em um vale. A MRS, que recentemente antecipou a renovação de sua concessão por mais 30 anos – a contar de 2026 -, chegou a realizar estudos envolvendo uma ciclovia ligando a Zona Norte, a partir de Benfica, ao Centro da cidade. Sua parte seria facilitar a produção de um projeto, cabendo ao Município, com financiamento do Estado ou da União, a sua construção.

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Tal iniciativa é vital para milhares de pessoas que usam diariamente o trecho, de pouco mais de 15 quilômetros, que poderia ser percorrido com total segurança. São Paulo, a maior metrópole da América do Sul, é pródiga em ciclovias e ensaia a ampliação desse modal, a fim de mudar o perfil da cidade.

O uso de meios alternativos tornou-se uma demanda global não só por questões climáticas, mas também para facilitar a própria mobilidade. Diversas cidades europeias só permitem a passagem de automóveis em seu entorno, ficando a área central restrita a moradores, mesmo assim, com a devida autorização. Há fortes campanhas para uso do transporte público ou da bicicleta.

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Ainda estamos longe disso, mas a discussão deve ser ampliada num momento em que a Prefeitura articula um novo projeto para o transporte coletivo. A redução do número de ônibus da área central tornou-se uma necessidade, que chegou a ser ensaiada quando começou a implantação dos ônibus articulados. A ideia não durou um mandato, tendo sido abortada na gestão seguinte. Somente uma estação de transbordo foi construída, mesmo assim numa região inadequada por ser próximo ao ponto de origem dos ônibus, e as demais ficaram apenas no papel. Perdeu-se uma grande oportunidade que, certamente, teria dado resultados no longo e médio prazo e evitado os impasses que ora marcam a rotina da cidade com excesso de coletivos no Centro e de qualidade discutível.

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