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Pela boca

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A vida dos candidatos não é fácil, mas eles também precisam descomplicar quando o problema está por perto. O presidenciável Ciro Gomes voltou a cair em mais uma armadilha ao xingar uma promotora que abriu inquérito contra ele por conta de uma suposta injúria ao vereador paulistano Fernando Holiday, a quem chamou de “capitão do mato”. De acordo com a coluna Painel, da “Folha de S. Paulo”, “Ciro comentava o pedido de investigação feito pelo Ministério Público, quando disse: ‘Agora um promotor aqui de São Paulo resolveu me processar por injúria racial. E pronto. Um filho da puta desse faz isso e pronto. Ele que cuide de gastar os restinhos das atribuições dele. Se eu for presidente, essa mamata vai acabar. Ninguém pode viver autonomamente, a lei está acima de todos nós'”.

Já há bastante tempo na política, o político pedetista ainda não consegue segurar a língua, o que faz dele um alvo fácil dos adversários. E a campanha nem começou, mas ele já se indispôs com outros setores. Recentemente, aqui em Minas, saiu no meio de um encontro promovido pela Associação Mineira dos Municípios, que reúne prefeitos de todo o estado. Com isso, aumenta o trabalho dos próprios aliados em apontar que ele é um novo homem, mais maduro e infenso às provocações. Desta vez, não foi nem provocação. Por conta e risco, ele fez um comentário que poderia ter sido elaborado sem a ofensa direta ao Ministério Público.

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Ciro, porém, não é o único. O candidato Jair Bolsonaro também tem sido pego pela boca quando defende posturas radicais, o que dá munição aos concorrentes, ávidos em explorar o que poderiam ser falhas do adversário. Faz parte do jogo, mas empobrece a disputa, pois o que o eleitor mais preza é o debate de ideias, na busca de propostas para os próximos quatro anos. É fato, porém, que há sempre aqueles que gostam quando um político usa o estilo franco para apresentar suas ideias. Os americanos ainda não se cansaram do estilo pendular de seu presidente.

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A campanha começa a ser oficializada a partir desta sexta-feira (20), quando as convenções abrem a temporada formal de caça aos votos, mas é necessário, desde já, que os pré-candidatos mostrem seus planos de governo, a fim de dar margem à avaliação prévia do eleitor.

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