Números da Secretaria Municipal de Saúde revelam que Juiz de Fora já registrou 58 casos diagnosticados e 101 suspeitos de dengue além de quatro casos prováveis de Chikungunya. Na edição de sexta-feira, a Tribuna mostrou ainda que o primeiro Levantamento do Índice Rápido do Aedes Aegypti (LIRAa) de 2023, divulgado pela Prefeitura, em fevereiro, apontou uma taxa 7 de infestação, classificada de “alto risco” pelo Ministério da Saúde.
Os dados, porém, são mais graves. Minas já registrou nove óbitos e outros 40 estão em investigação. Para os especialistas, o estado caminha para o que pode se tornar a maior epidemia de dengue dos últimos anos. Dados da Secretaria de Estado da Saúde apontam que nas dez primeiras semanas de 2023 há suspeita de 83.911 casos, o que amplia ainda mais as preocupações das autoridades sanitárias e acendem a luz de alerta para a população. Os números podem ser mais graves, já que nem todos os municípios encaminharam seus dados para o Estado.
Com o encerramento do ciclo das chuvas, o novo período é próprio para a proliferação do mosquito, o que implica, necessariamente, em ações de combate que devem envolver os setores públicos e a própria população. A Prefeitura informou que “por meio do Programa Boniteza, tem realizado mutirões de limpeza com o recolhimento de materiais que acumulam água e vistorias domiciliares para eliminar os focos do Aedes Aegypti.
O Governo de Minas também está se movimentando. Em nota, anunciou a implementação de projetos de orientação, qualificação e apoio aos municípios, além do envio da Força Estadual de Arboviroses para ações complementares para atuarem em parceria com as equipes municipais em territórios de maior atenção e necessidade.
O sucesso de tais operações depende do engajamento da população. A dengue não é uma doença simples e os próprios números são reveladores. Gastar no máximo 10 minutos de atenção para verificar os possíveis focos do mosquito nas residências leva a resultados importantes. A principal estratégia é evitar o acúmulo de água parada, evitar que ela emposse em possíveis criadouros, como garrafas, latas, plásticos ou próprio lixo, que é comum ficar aberto acumulando água, por ser a forma mais eficaz de diminuir o número de mosquitos, de acordo com os especialistas.
Como as vacinas contra a dengue ainda estão em fase de aperfeiçoamento, a prevenção – como sempre – é a medida mais adequada para essa nova empreitada que assusta a população, ainda sob os ecos da Covid.
As mudanças climáticas, de acordo com especialistas, irão mudar o cenário de endemias, o que exige um acompanhamento da ciência, com a produção de novos antídotos, mas também das comunidades, cuja ação, como as que ora propõem os organismos sanitários, é fundamental para reduzir os riscos.