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A mudança climática é uma agenda de todos

editorial
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  A 3ª Conferência Municipal de Meio Ambiente, realizada na semana passada em Juiz de Fora, envolvendo a mudança climática é um evento a ser comemorado por apontar para a necessidade de as questões globais também terem espaço na agenda das comunidades. Há um falso consenso que indica ser o efeito estufa e as suas consequências um tema exclusivo de governos nacionais por meio de fóruns, como os de Paris, Glasgow e tantos outros, como a COP 30, prevista para Belém do Pará, no ano que vem. O evento, que significa Conferência das Partes (Conference of the Parties, da sigla em inglês), tem como meta avaliar a situação  do planeta.

  Na reportagem de Nayara Zanetti, publicada na edição desta terça-feira da Tribuna, ficou claro que o debate deve ser desenvolvido em todas as instâncias, pois, ao fim e ao cabo, as consequências afetam a todos. Como bem destacou o professor Nathan Barros, da UFJF, especialista em mudanças climáticas, a conferência dá voz a diferentes pessoas para apresentarem suas inquietudes e a necessidade de mudanças.

  E é aí que entra a questão. A omissão dos governos está levando ao desequilíbrio climático, com o aquecimento do planeta além do previsto, acarretando situações graves para a população. E as cidades estão preparadas para isso? Certamente, não. O Rio Grande do Sul, um dos estados mais ricos do país, foi devastado no início do ano por chuvas intensas e alagamentos, que colocaram todo o sistema em xeque. 

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  Em meio a montanhas, Juiz de Fora se situa num vale, com encostas ocupadas, que levam a um passivo preocupante, sobretudo quando a causa está no avanço desenfreado das habitações clandestinas. É fato que a cidade – como aponta a matéria – não tem situações extremas, como Petrópolis e toda a Região Serrana do Rio de Janeiro, mas é preciso prevenir. Várias medidas de contenção foram tomadas ao curso dos anos, assim como estão em andamento projetos para reduzir os alagamentos, mas a intensidade das chuvas tem sido maior com o passar do tempo.

  De acordo com o professor Nathan, “o momento que estamos vivendo não é mais de emergência, é um momento de crise”. E tem razão, sobretudo por não estar sendo alarmista. Ele faz uma clara constatação dos fatos que ocorrem ao redor do mundo: chuvas em demasia em algumas regiões e secas extremas em outras. Não é por acaso.

  A conferência foi importante também por apontar que todos nós, de certa forma, temos responsabilidade pelo que ora ocorre. Se não há interesse em fazer parte do problema, recomenda-se o envolvimento coletivo nas soluções. E elas começam dentro da própria casa. O descarte desordenado do lixo leva a consequências graves, a começar pelo entupimento dos bueiros. No caso de Juiz de Fora, o Demlurb retira milhares de toneladas de lixo anualmente. Há custos.

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  A importância da conservação de biomas, também discutida na conferência, e o envolvimento de entidades, como a União Juizforana de Associações Comunitárias de Bairros e Distritos, fazem parte dos processos de conscientização coletiva. A luta é de todos.

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