Seja qual for o tamanho do pacote a ser enviado à Câmara, mesmo sob a expectativa de ser aquém do esperado, a reforma administrativa proposta pelo prefeito Antônio Almas tornou-se uma pauta importante para o município e que deve ser analisada com critério pelos vereadores. Não dá para jogar para a arquibancada e vetar medidas necessárias, pois é essa a condição para recuperação das contas públicas em todas as instâncias de poder.
Tudo indica que a redução de secretarias deve ficar em torno de três, mas, sejam quais forem as consequências, já é um avanço que deve ser aperfeiçoado ao curso da gestão. Tanto a União quanto estados e municípios têm estruturas superdimensionadas, sobretudo de comissionados, que crescem a cada mudança de gestor, uma vez que, em vez de tirar os quadros anteriores, há um acordo tácito de mantê-los e contratar outros, fruto dos acertos políticos de campanha.
Por sua vez, a mudança na Empav é uma necessidade, pois a empresa tornou-se ineficiente diante de seus custos. Criada para ser responsável pela pavimentação das vias públicas, mas também habilitada para vender seus serviços para outros municípios ou para o setor privado, não cumpriu in totum essa missão. Se tal objetivo tivesse sido alcançado, seria viável e eficaz no atendimento às muitas demandas da cidade.
Juiz de Fora vive uma situação clara de ineficiência do atual modelo da empresa, bastando ver o número de buracos espalhados por ruas e avenidas. Recentemente, ocorreu uma operação de recuperação de alguns trechos, mas foi pontual e não contemplou todas as áreas críticas.
A mensagem do prefeito, portanto, será emblemática, pois indicará, também, que tipo de gestão ele pretende implementar nos próximos dois anos, agora sem a pressão da campanha eleitoral e os entraves próprios desse período.