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Violência nos estádios

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Faltando menos de duas semanas para o segundo turno das eleições, a discussão deveria estar voltada para as articulações de última hora, para a repercussão do primeiro debate e em torno de temas diretamente ligados à disputa. No entanto, para ficar apenas em dois eventos, a violência nos estádios foi a tônica, sobretudo pela motivação, pela ação das torcidas e de algo mais grave que poderia ter acontecido. Tudo no domingo passado nas séries A e B do Campeonato Brasileiro.

Em Fortaleza, a torcida do Ceará, inconformada com o empate contra o Cuiabá, numa partida em que as duas equipes jogavam contra o rebaixamento, invadiu o gramado, colocou os jogadores em risco e, na extensão dos acontecimentos, comprometeu até mesmo a segurança dos torcedores, entre eles crianças acompanhadas dos familiares num jogo praticamente de uma só torcida.

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Um pouco abaixo, mas na mesma região, em Recife, torcedores do Sport em partida da Série B contra o Vasco reagiram ao gol de empate da equipe do Rio de Janeiro, que retirava a chance de o time pernambucano empatar nos pontos com seu adversário direto na briga pela volta à elite do futebol brasileiro. Sentindo-se provocados pelo atacante Raniel – cria das divisões de base do Santa Cruz, adversário do Sport em Pernambuco -, os torcedores romperam o aramado, invadiram o gramado e agrediram até os bombeiros que estavam próximos num gesto de total insanidade.

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Esses foram os casos mais graves, mas tornou-se comum admitir a violência nos estádios como um fato rotineiro, fruto da paixão do torcedor. No entanto quem invade um gramado e agride quem estiver por perto não é torcedor. Certamente, haverá os que defendem o ato por conta da provocação do atleta vascaíno, que foi comemorar o gol na frente da torcida adversária. Ele errou, mas é necessário considerar que, durante todo o jogo, por ter sido da base do Santa Cruz, ele foi vaiado sistematicamente. Na ingenuidade de quem não mede as consequências, partiu para a provocação. Entretanto não era motivo para a reação acima de todas as proporções.

A dúvida, agora, é avaliar a culpabilidade e qual será a punição para os infratores. Provavelmente ficarão no dano material por terem rompido a proteção ou, ainda, tentativa de agressão, mas será pouco pelo que aconteceu.

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A CBF, a quem cabe a competição, terá que tomar algum tipo de providência, a fim de evitar a recorrência.

Certamente vai tirar o mando de campo da equipe anfitriã ou obrigá-la a jogar sem torcida no restante da competição. É necessário, porém, ir além na discussão e nas medidas a serem tomadas, para evitar a repetição de tais cenas.

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Num ano em que o povo se volta para a eleição mais importante dos últimos pleitos, e o Brasil se prepara para a Copa do Mundo, ser conivente com a violência nos estádios e também fora deles é um despropósito.

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