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O silêncio dos políticos

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Envolvidos no debate em torno da Lava Jato, os políticos estão calados quando se trata da violência urbana. O país vive ciclos de guerra civil nas metrópoles, com ocorrências cada vez mais dramáticas, sob o risco de cair na vala comum da banalização. Na noite de domingo, quem passava pela Linha Vermelha, no Rio de Janeiro, deu de cara com um arrastão. O trânsito parou, e o tiroteio entre polícia e bandidos levou cerca de duas horas. Pessoas em pânico deixaram seus carros, e muitas delas se abrigaram dentro do quartel da PM, único refúgio com certa margem de segurança, embora esteja dentro do Complexo da Maré.

Esse fato em si já seria motivo de indignação, mas não foi isso o que aconteceu. Está no noticiário, mas não é seguido por nenhuma medida do Estado para reverter a situação. O carioca passa aperto, segue em frente, e o Governo se omite. O grave desse enredo, porém, é que a violência cria filhotes pelo país afora, bastando acompanhar o noticiário, especialmente das segundas-feiras. Em Juiz de Fora, o enfrentamento entre duas garotas, uma de 18 e outra de 16 anos, culminou com a morte da mais velha por esfaqueamento. A tragédia já teria sido anunciada pela internet na troca de ameaças, segundo os primeiros depoimentos.

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O uso de armas tornou-se comum em desavenças, e o resultado está nos próprios números. Embora se comemore a redução, em comparação com os anos anteriores, eles são perversos. O Estado precisa, e rápido, implementar medidas de combate direto aos homicídios. Aqui em Minas, o Governo anunciou a implantação em Juiz de Fora do programa Fica Vivo. Por enquanto, só valeu o discurso, já que nenhuma outra medida foi tomada ante o silêncio dos nossos políticos.

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