A partir desta segunda-feira, os estabelecimentos comerciais de Juiz de Fora estarão proibidos de fornecer canudos de plástico aos clientes, atendendo lei aprovada pela Câmara, de autoria do vereador José Márcio Garotinho, e sancionada pelo prefeito Antônio Almas. O texto passou por um período de adequação e, agora, começa a multar os eventuais infratores. Na Câmara, agora, tramita uma outra proposta, patrocinada pelo vereador Rodrigo Mattos, estendendo a restrição também aos copos plásticos. O mote é o mesmo: a proteção do meio ambiente.
As duas propostas estão adequadas aos novos tempos, embora a conscientização ainda esteja em fase embrionária. A adoção dos canudinhos descartáveis surgiu em defesa da saúde, pois era a melhor forma de consumo dentro de padrões de segurança dos próprios usuários. O mesmo discurso surgiu pela adoção dos copos plásticos. A higiene serviu de referência para a adoção de tais medidas.
Os tempos, porém, são outros. A defesa do meio ambiente deixou de ser uma proposta de poucos, considerados como sonhadores, para se tornar uma questão mundial. Há uma clara preocupação com o futuro que passa, necessariamente, pela mudança de paradigmas em todas as frentes. O uso adequado de produtos, as condições de plantio e colheita e o combate à poluição são causas comuns, tendo fóruns próprios para sua avaliação.
O fim do canudo de plástico surgiu de discussões sobre as consequências de seu descarte. O número de plástico jogado nos lixões é preocupante, sobretudo pelo extenso tempo de degradação. Por mais de 200 anos, eles continuam intactos, gerando um expressivo comprometimento do ecossistema.
A nova lei, além da Câmara, também passou por discussões em outros espaços e ganhou adesões. Como a própria Tribuna aponta nesta edição, os proprietários de estabelecimentos comerciais compraram a causa. Bom sinal.
A proposta envolvendo os copos plásticos também deve envolver todos os segmentos, pois, em princípio, não é tão simples quanto os canudos. Em espaços públicos de eventos, como estádios de futebol, por exemplo, somente copos plásticos são permitidos por razões de segurança. Como seria feita essa gestão? Como o próprio autor já se mostrou aberto ao debate, considerando que ouvir as partes é fundamental – e é -, a discussão deve ir além do Legislativo, embora os vereadores, por prerrogativa dada pelos eleitores, falem pela população.