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Equilíbrio de poder

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A partir da próxima quarta-feira (20), os partidos estão autorizados a realizar suas convenções para deliberar sobre coligações e escolher candidatas e candidatos à Presidência da República e aos governos de estado, bem como aos cargos de deputado federal, estadual e distrital, de acordo com legislação a ser encontrada nas páginas do Tribunal Superior Eleitoral. Ainda pelo calendário, legendas, federações e coligações têm até 15 de agosto para solicitar o registro de candidatura dos escolhidos. Todos os pedidos de registro aos cargos de presidente e vice-presidente devem ser julgados pelo TSE até 12 de setembro. Todos esses momentos fazem parte do processo pré-eleitoral e são importantes para consolidação do processo de indicação dos nomes que serão submetidos ao eleitor.

Feitas as convenções, começa uma nova etapa, pois, já oficialmente, serão conhecidos os candidatos e as devidas alianças, embora muitos deles e as respectivas articulações já estejam confirmados há algum tempo. Os políticos têm um timing próprio para definir suas campanhas, já cientes de que deixar para última hora pode ser um problema. O eleitor ainda está inerte, mas os atores políticos conversam com antecedência, sobretudo por conta da disputa de território. Em Minas, por ser um estado de grandes dimensões e com 853 prefeitos ou prefeitas, quem chega primeiro consegue ganhar mais espaço; e como os domicílios eleitorais, com raras exceções, são insuficientes para garantir uma vitória nas urnas, a alternativa é colocar o pé na estrada em busca de redutos. Com as redes sociais, esse trabalho foi facilitado, mas também aumentou a concorrência. Por isso, muitos políticos ainda preferem o olho no olho para convencer o eleitor.

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Este, por sua vez, ainda vê a eleição com distanciamento. Na sua última avaliação, divulgada na sexta-feira (15), a Paraná Pesquisa constatou que na corrida para a única vaga ao Senado tem mais indecisos do que opção por alguma candidatura: 22% dos entrevistados não têm a menor ideia sobre em quem vão votar, e o líder da lista, Aécio Neves, deve preferir a reeleição de deputado do que buscar a volta ao Senado. Numa disputa de apenas uma vaga, os riscos são muitos.

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Essa apatia não surpreende, pois a opinião pública se apega mais ao voto majoritário para a Presidência da República ou o governo dos estados do que para o preenchimento dos quadros das assembleias legislativas e Congresso Nacional. E, num cenário polarizado, essa percepção se torna ainda mais nítida. Trata-se, como já foi dito várias vezes neste espaço, de um equívoco, pois a eleição de deputados e senadores é vital para o próprio processo democrático. Num cenário de coalizão, há uma mútua dependência entre Executivo e Legislativo. Por isso, dedicar a mesma atenção para todos os postos é fundamental para garantir o que se espera das instituições: o equilíbrio de poder.

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