Inaugurado no distante 1901, ainda na Avenida dos Andradas, o Mercado Municipal, instalado no complexo do Espaço Mascarenhas desde 1987, vai passar por uma ampla reforma, segundo anúncio da Prefeitura Municipal destacado na edição dessa terça-feira da Tribuna. As obras vão custar R$ 10,7 milhões e devem implicar na ampliação no número de lojas ante o deslocamento da Secretaria de Educação para outro espaço. Até a praça que forma o entorno já está sob obras com previsão de entrega ainda neste primeiro semestre.
Em 1991 o mercado, especialmente, foi totalmente destruído por um incêndio causado – de acordo com a perícia – pela explosão de um reator de lâmpada fluorescente, voltando a funcionar no mesmo local em 1995 ainda de forma improvisada e só retornando à atual forma em 2000. Todo o complexo passou por uma ampla recuperação após a campanha “Mascarenhas meu amor”, envolvendo diversos segmentos, especialmente artísticos e intelectuais da cidade.
A nova reforma se faz necessária não apenas para modernizar as instalações do espaço, mas também para dar-lhe uma nova concepção. Mercados municipais pelo país afora são pontos de ocupação permanente, com eventos culturais e gastronômicos, que deslocam tais espaços uma expressiva parcela da população. Não são mais apenas pontos de venda, mas também de lazer, como é possível ver no exemplo mais próximo Pque é o Mercado Municipal de Belo Horizonte.
Ele tem movimentação diária e, aos fins de semana, torna-se uma referência para a própria cidade. Seu sucesso se desdobra em espaços semelhantes, como o Mercado Novo, também na capital, a poucas quadras da versão original. Tal cenário se repete nas cidades nas quais há mercados de tal porte.
O de Juiz de Fora, depois de um tempo de pujança, passou por um esvaziamento que não só afastou os usuários como comprometeu a própria renda dos atuais lojistas. A antiga Fábrica Mascarenhas foi uma referência na história da cidade e sua memória deve ser referenciada com um projeto que, de novo, volte as atenções para uma área nobre da cidade, que engloba outros espaços, como a Praça da Estação, interligada pela Rua Paulo de Frontin. Tal conexão deve ser ativada, sobretudo por ser uma área de grande movimento.
Quando se falou na revitalização da área central, foram apresentados vários projetos, que sugeriam bares e restaurantes ao céu aberto em toda a região com indução de outros pontos para lazer. Espera-se que, com a reforma do Mercado, migração dos camelôs para um local próprio na atual área de estacionamento, e revitalização das duas praças – a do Espaço Mascarenhas e da Estação – o centro histórico se torne um ponto de atração de negócios, de turismo e de lazer, como é comum em metrópoles mundiais, nas quais tais áreas estão sendo retomadas, deixando de ser espaços mortos, sobretudo aos fins de semana.