Diante de tantas ocorrências – algumas de extrema gravidade, como a morte de uma comerciante, vítima de uma bala perdida -, a Associação Comercial do Bairro Manoel Honório também aderiu ao modelo de vizinhos protegidos, no caso, o comércio, a fim de reverter uma situação que já passou dos limites. Mas há críticas, não ao modelo, mas à forma como o Estado tem procurado dividir responsabilidades com a população e entidades representativas.
Enquanto prega parcerias, o Governo não estaria fazendo a sua parte, como aumentar o efetivo das polícias Civil e Militar e equipá-las adequadamente para enfrentar a criminalidade. Ao contrário, no caso de Juiz de Fora, há uma nítida desidratação nos quadros, como se o município, um dos cinco maiores arrecadadores de Minas, tivesse pouca visibilidade nas instâncias de poder. Esse mesmo estado, porém, é pródigo em cobranças, bastando ver o elenco de tributos que chega à mesa do setor produtivo e da população. E não pode atrasar.
Por conta disso, é vital estabelecer uma parceria em que ambos os lados se comprometam, pois nesta relação há uma clara desigualdade. E não é um problema das corporações. Os policiais são induzidos a trabalhar com o que têm, dobrando seus esforços num momento em que o crime se acentua. A cobrança, pois, deve ser dirigida ao governador e ao seu establishment, como o secretário de Defesa Social, o comandante-geral da PM e o delegado-geral da Polícia Civil.
E é aí que entram os deputados e o Poder Público municipal, que precisam, sim, sentar-se à mesma mesa para analisar o problema, não bastando o discurso de cada um fazer sua parte, quando essa questão só se resolve se houver esforço coletivo.