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Canteiros de obras

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Durante o primeiro turno, e agora na segunda etapa da campanha, tanto no debate nacional quanto na sucessão nos estados, a retomada das obras paradas foi um tema recorrente. Na sua mais recente manifestação, o candidato Jair Bolsonaro observou que uma das causas é a ocupação dos ministérios por pressão dos partidos, que, por sua vez, indicam pessoas incompetentes e desconectadas com os projetos que deveriam ser executados. Seu oponente, Fernando Haddad, defende a implementação de projetos, especialmente na área do programa “Minha casa, minha vida”, para retomar o crescimento da massa de empregos.

Na edição dessa segunda-feira, o jornal “O Estado de S. Paulo” indica que a falta de dinheiro responde pela interrupção no andamento de 294 obras que somam R$ 62,9 bilhões, “dos quais parte já foi desembolsada antes de surgirem os problemas”. Ainda de acordo com o jornal, a segunda maior causa são problemas técnicos, como falhas na elaboração de projetos. Eles afetam 1.359 obras no valor total de R$ 25,5 bilhões. Na ponta do lápis, porém, o número de obras sem andamento chega a 7.400. Todas dependem de recursos federais.

Em Juiz de Fora, dois grandes projetos são a face exposta dessas paralisações, ambas na área de saúde, justamente a que mais carece de investimentos. A primeira delas é o Hospital Universitário, cujo projeto está emperrado pela falta de recursos e por demandas judiciais. Sua conclusão é estratégica para a cidade, pois absorveria a expressiva demanda que acorre ao município em busca de atendimento.

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O outro gargalo é o Hospital Regional, que daria um novo rosto ao atendimento médico na região. Iniciado na gestão tucana, não foi adiante, mesmo ante a promessa do atual governador Fernando Pimentel de concluir todos os hospitais do mesmo modelo espalhados pelo estado. A obra não teve uma só parede acrescida ao projeto original. Ante a penúria dos cofres públicos, não há a menor perspectiva de conclusão no curto prazo. O próximo governador terá que fazer malabarismos para colocar as contas em dia.

Como todo administrador quer colocar a sua marca, é comum a implementação de novos projetos em vez de conclusão dos antigos num ciclo que se estende por décadas. O resultado são esqueletos espalhados pelo país afora que deveriam ter sido concluídos.

Há também projetos com envolvimento da iniciativa privada. A duplicação da BR-040, na Serra de Petrópolis, está sendo consumida pelo tempo. Numa queda de braço entre a concessionária e o Tribunal de Contas da União, quem perde é o usuário, que paga um pedágio caro por um serviço incompleto.

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