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REFORMA EM PAUTA

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Pressionado pelas ruas, o Congresso volta a ensaiar mudanças na legislação política, antecipando alguns projetos que devem entrar em pauta este ano ou, no mais tardar, no primeiro semestre de 2017. A novidade, agora, é o voto em lista, pelo qual o eleitor, em vez do candidato, elege uma sigla. Esta, por sua vez, define sua lista de indicados. E aí surge o primeiro problema: quem ficará responsável pelo ordenamento de tal lista? Certamente, os nomes do topo serão os dos caciques políticos, ficando os bagrinhos para sua parte final.

São muitas as propostas, a maioria delas com discussão já esgotada tanto na Câmara quanto no Senado, que fizeram suas próprias comissões para analisar os muitos projetos em tramitação. Há ideias importantes e outras que são pura viagem, mas, no cômputo geral, chegou-se a um consenso: o atual modelo está esgotado não apenas por questão de identidade com as ruas como também por injustiças próprias do voto proporcional. Políticos consagrados pelas urnas ficaram para trás nas composições das câmaras em detrimento de menos votados. Diz-se que é coisa da democracia ou da regra do jogo, mas a injustiça permanece, não apenas com o candidato mas com seus eleitores.

Com um ano sem eleições pela frente, o Parlamento deve definir, de vez, o novo cenário, mas não pode ficar preso apenas a questões eleitorais. Quando se fala em reforma política, é preciso ir além do que se espera, pois, em contrário, estarão repetidos os erros de outras ações, que foram pontuais e de interesse exclusivo dos políticos.

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Todos sabem que é preciso mudar, mas o corporativismo se mantém como a pedra de toque em todas as discussões, por conta da velha máxima da farinha, pois, quando ela falta, meu pirão primeiro. E é isso que o Congresso tem feito nos últimos tempos. Topa discutir, cria comissões, mas, na hora de bater o martelo, vira as costas para as ruas.

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