Na edição deste domingo, a Tribuna apresenta os candidatos aos postos eletivos que estarão em jogo em 7 de outubro com domicílio eleitoral em Juiz de Fora. Não há juízo de valor algum em relação aos demais candidatos, mas é, de certa forma, uma referência para o eleitor que se escuda no discurso de apoio aos candidatos da terra. Essa experiência não é nova. Há anos, os próprios atores políticos vêm defendendo a eleição de candidatos identificados com a cidade e a região, a fim de facilitar suas atividades no Congresso e na Assembleia. Em 2014, a cidade elegeu cinco deputados estaduais e três federais, numa performance acima da média para o estado, mas dentro do padrão para a Câmara Federal.
Mas é preciso refletir se esse é o melhor padrão para se apoiar esta ou aquela candidatura. Com representação tão expressiva, Juiz de Fora avançou pouco no trato com as causas em tramitação em Belo Horizonte e Brasília, ressalvadas as exceções. Temas de relevância para o município e para a Zona da Mata foram tratados de forma isolada, sem que houvesse um consenso entre os parlamentares. Em nenhum momento, se sentaram à mesma mesa, elaboraram um texto único e o exibiram para as autoridades estaduais ou federais. E não foi por falta de oportunidade ou tema.
Como a Tribuna mostrou recentemente, vários empreendimentos estão pendentes ou sob o risco de micarem por falta de esforço político e boa vontade das autoridades. É o caso da instalação da fábrica da M. Dias Branco, a gigante do setor de massas, que já comprou o terreno, assinou compromissos com o município, mas esbarra na falta de um acesso de pouco mais de quatro quilômetros que deveria ser construído pelo Estado. O DEER até anunciou a licitação, mas parou aí, e o projeto, agora, ante um cenário de economia em crise e outras prioridades do grupo, corre o risco de não ir adiante.
Para uma cidade que já foi a mais importante de Minas e que, ao curso dos anos, só perdeu posições, é fundamental que os candidatos se comprometam com causas únicas. Há cerca de dez anos, foi realizado um seminário para discutir o desenvolvimento regional. Cada deputado saiu com a missão de defender um projeto ou acompanhá-lo nos gabinetes oficiais. A causa, a despeito de sua importância, não foi adiante, pois há sempre o impasse da paternidade, isto é, se é de outro político, os demais não se dispõem a dar-lhe fôlego, mesmo sabendo que o objetivo não é o opositor ou aliado em si, mas a própria cidade ou a região.