O edital publicado pelo Governo de Minas para Tomada Pública de Subsídios, por meio da Secretaria de Estado da Saúde, cujo foco é colher sugestões para a implementação dos hospitais regionais, é importante, pois, pelo menos, indica que há preocupação em levar as obras adiante, hoje paradas em várias cidades mineiras, a começar por Juiz de Fora. O projeto ao lado da Rodoviária Miguel Mansur está sem qualquer intervenção desde 2017. A despeito do longo período de ações, somente 56% estão concluídos, indicando que ainda há muito a ser feito para a sua conclusão.
Quando em campanha e também durante participação de um Fórum Regional na cidade, o ex-governador Fernando Pimentel prometeu concluir os hospitais, mas ficou no campo da promessa. A obra, uma iniciativa do ciclo tucano – mas também paralisada na gestão do PSDB -, é importante para a região, pois desafogaria o Hospital de Pronto Socorro (HPS) e daria espaço para acolher a forte demanda da Zona da Mata. É, portanto, estratégica.
A obra física, no entanto, é apenas uma parte da discussão, pois sua conclusão não significa, necessariamente, que está tudo resolvido. O gargalo do serviço público se situa, de fato, no seu custeio. Por isso, não basta terminar a construção se não houver políticas de gestão escudadas em recursos intensivos. Com o Estado em situação precária, o governador tem advertido que, se não houver parceria com o setor privado, não dá para resolver o problema.
Ele tem razão, mas é necessário explicitar os moldes dessa eventual parceria para de levar a discussão adiante. O edital é um chamamento às partes a fim de dar margem a outros olhares para uma questão, até então, restrita ao próprio serviço público. Certamente haverá interesse em parcerias, o que implica, necessariamente, o debate sobre as repercussões. Pacientes que procuram os serviços públicos de saúde, em boa parte, não têm meios para pagar planos e necessitam de assistência sem custos. Como ninguém investe sem pensar em retorno, conciliar os interesses é um dado fundamental.