A saúde é uma rubrica de gasto intensivo, pois, além da elevada demanda, não tem como ficar presa a previsões exatas, por lidar com o imponderável. Na edição de domingo, a Tribuna mostrou a situação do HPS de Juiz de Fora, que se replica pelo país afora nos hospitais de emergência. Entre os fatores diretos está a violência ascendente nas metrópoles e seus reflexos diretos nas despesas de tais unidades. Porta de entrada, o Hospital de Pronto Socorro registrou, somente em casos de vítimas de arma de fogo, um crescimento de 17% na comparação com os dois últimos anos. Tais ocorrências, na maioria das vezes, requerem longo tempo de internação. Quanto mais tempo um paciente permanece internado, mais caro fica para o município, atesta a matéria. “Essa é uma realidade da qual não há como fugir”, confirmou a subsecretária de Urgência e Emergência, Adriana Fagundes. E tem razão.
Tal situação é reflexo do próprio país, exigindo a adoção de medidas integradas. Na área de segurança, o investimento na prevenção é uma necessidade básica, pois, somente com a redução do número de ocorrências, será possível minimizar os custos dos hospitais de urgência e emergência. Daí, quando se fala no combate à violência, o discurso não se esgota na instância repressiva, uma vez que os reflexos são de amplo espectro. A população fica acuada, mas, na instância econômica, também há impacto. Programas como o Fica Vivo, que o estado, finalmente, pretende implantar em Juiz de Fora, são fundamentais, por combaterem os crimes contra a vida não apenas com aumento de efetivo e câmeras de vigilância, mas também com ações sociais, que são a primeira instância para reversão desse processo.
A situação dos hospitais de urgência e emergência também é reflexo do trânsito ante o número de ocorrências que as metrópoles registram diariamente. Por isso, investir em campanhas de educação de usuários dos veículos e dos pedestres é importante tanto para motoristas quanto para pedestres, já que, num cenário em que todos disputam espaço, o risco de perda coletiva é uma consequência recorrente.