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Danos recorrentes

editorial
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As cidades estarão sujeitas a problemas devido aos temporais até março, fim das chuvas de verão. Esses problemas são especialmente graves em áreas com infraestrutura precária e baixo investimento.

O Governo federal implementou o Plano Nacional de Gestão de Riscos e Respostas a Desastres Naturais. Ele foca em prevenção, mapeamento, monitoramento e alerta. No entanto, apesar das respostas a desastres, problemas persistem pelo país devido ao descumprimento das recomendações, especialmente em prevenção.

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Ao fim e ao cabo, os municípios devem implementar políticas de longo prazo ante a certeza da sazonalidade das chuvas intensas em decorrência da instabilidade climática. Investir na prevenção é, pois, a forma mais adequada por ser também a mais eficaz na antecipação aos fatos. Em Juiz de Fora, depois de décadas, estão sendo realizadas obras em áreas críticas, nos bairros Santa Luzia, Industrial e Cesário Alvim, com o objetivo de dar fim às permanentes inundações. São ações de longo prazo, daí não se pode esperar resultados imediatos, a despeito de a redução dos danos de outros tempos já ser um dado real.

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Tecnicamente há um grande receituário para combater os efeitos das chuvas. A instância política, no entanto, não tem feito a sua parte. No vizinho Rio de Janeiro, há exatos dois anos, ocorreu uma tragédia que resultou em 235 mortos e dois desaparecidos. A cidade ainda está se recuperando dos impactos dessa tragédia com muitas obras de reconstrução e recuperação ainda em andamento. Outras nem sequer começaram mesmo tendo sido feitos repasses tanto do Estado quanto da União.

O Poder Público, em um expressivo número de municípios, é leniente quando se trata da ocupação desordenada, só dando conta dos riscos quando eventos como esse ocorrem. Antes da tragédia de 15 de fevereiro de 2022, a Região Serrana já havia enfrentado uma situação semelhante em janeiro de 2011. A catástrofe foi considerada o maior desastre natural da história do Brasil até então, com mais de 900 mortos e mais de cem desaparecidos. Os municípios mais afetados foram Nova Friburgo, Teresópolis e, de novo, Petrópolis.

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O Plano Nacional de Gestão de Risco recomenda medidas de recuperação e reconstrução. Essas medidas avaliam o ocorrido e priorizam a reconstrução de infraestruturas críticas. Além disso, é necessário apoiar as comunidades afetadas com assistência financeira e psicológica.

A região está em alerta assim como tantas outras ora afetadas pelos temporais. Até as águas de março fecharem o verão, os riscos serão permanentes.

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