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Áreas de risco

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Com uma topografia comprometida por montanhas e estando praticamente num vale, Juiz de Fora, convive com o drama das chuvas, ora em razão das inundações, ora pelos deslizamentos das encostas. Várias tragédias já foram registradas, inclusive no Bairro Vitorino Braga, na região que fica logo abaixo da Rua Rosa Sfeir, esta no Grajaú. Há cerca de 30 anos, um deslizamento na Rua Júlio Modesto resultou em mortes, inclusive de crianças, o que indica que o problema na região vem de longa data. A contenção de encostas tornou-se uma prioridade por ser a saída mais em conta para resolver o problema. As obras no Bairro Santa Tereza e no Parque Burnier destacaram o risco que todos os anos assustava os moradores da região. Outras ações já foram feitas, mas a cidade, ainda por conta da topografia, tem uma demanda constante.

A ocupação desordenada de áreas de risco é outro problema a ser superado. Sem meios, vários moradores assumem o perigo ante a falta de opção. É fato que a Prefeitura tem esse mapeamento, como também é real a necessidade de aporte de financiamentos do Estado e da União para minimizar os impactos desta situação. Passado o ciclo das águas, tais questões precisam ser atacadas.

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Num verão atípico, o mês de fevereiro, ainda pela metade, já tem o dobro do volume de chuvas previsto para todo o período, e as previsões apontam para mais temporais. Portanto todo cuidado é pouco não apenas em Juiz de Fora, mas também na região. Na edição dessa terça-feira, a Tribuna mostrou o cenário de desolação em vários municípios da Zona da Mata, como em Miraí, onde parte do acervo de Ataulfo Alves – filho mais ilustre da cidade – ficou comprometido. Em Lima Duarte também é grave a situação.

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Até março, quando as chuvas fecham o verão, as previsões são preocupantes fruto da mudanças climáticas. As chuvas tendem a ser mais intensas assim como devem se aguçar os ciclos de estiagem. Por isso, até mesmo pequenos gestos são importantes. O temporal da noite de segunda-feira, por exemplo, voltou a alagar diversos bairros da cidade, alguns de forma recorrente. O entupimento das vias de escoamento das chuvas é fruto, na maioria das vezes, do descarte irregular de lixo. Vale o mesmo raciocínio para áreas de deslizamento. A despeito de o caminhão do lixo ter uma rotina de recolhimento, muitas dessas encostas estão comprometidas por lixo ou então cortes irregulares no terreno.

Mudar tal cenário não é uma saída de hora para outra, mas é fundamental insistir no acompanhamento, principalmente fora do período das chuvas, pois é nessas épocas que muitas dessas ações são encetadas. A conta, como sempre, vem depois.

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