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Performance nas urnas

editorial
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A última pesquisa da Genial/Quaest, divulgada durante o fim de semana, apontou para um cenário de incertezas nas eleições de 2026. Deu boas e más notícias para os atores políticos e destacou a falta de renovação dos quadros da esquerda e a divisão na direita, a partir do fenômeno Pablo Marçal.
Os números também mostram paradoxos do próprio eleitor. O presidente Lula é preferido por 32% dos eleitores numa eventual disputa com Pablo Marçal ou com Tarcísio de Freitas para a Presidência da República, mas, por outro lado, 50% dos entrevistados entendem que ele não deveria buscar a reeleição. Lula estará com 80 anos no próximo pleito.
A idade tem sido uma questão colocada à mesa a partir do momento em que os adeptos do Partido Democrata, nos Estados Unidos, exigiram a retirada da candidatura do presidente Joe Biden, de 81 anos, e apontaram a sua vice, Kamala Harris, que completa 60 anos no dia 20 deste mês. Biden reconheceu, mas não há certezas se Lula tomaria decisão semelhante.
Na última sexta-feira, durante reunião ministerial, ele distribui bronca para os ministros e para o Partido dos Trabalhadores, a quem acusa de não renovar seus quadros, mas não fez o mea culpa de reconhecer que o seu discurso também já não seduz como em outros tempos. O próprio presidente não aponta para sucessores. Elegeu Dilma Rousseff por duas vezes, mas perdeu com Fernando Haddad. Quem seria o nome da vez? Pelos indícios, será o próprio Lula.
Enquanto a esquerda peca pela não renovação de quadros e de postura, a direita se encontra dividida entre o ex-presidente Jair Bolsonaro, que vê no governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas – caso ele mesmo não possa disputar -, o nome mais qualificado, e os seguidores do ex-coach Pablo Marçal. Este tem dito que vai às urnas.
Mas a direita, além de vencer a guerra digital, já revela novos atores, como o mineiro Nikolas Ferreira, que, após ter sido o deputado mais votado em 2022, tem papel assertivo nas causas e nas ações moldadas pelo viés ideológico.
Como pano de fundo, mesmo estando ainda à frente de todas as discussões, Lula e Bolsonaro já não demonstram o mesmo fôlego de outros pleitos. Se na esquerda há o silêncio quando se trata de Lula, na direita, o surgimento de Marçal é um indicativo de dissidência.
As eleições de 2026, embora restem ainda dois anos e os eleitos de 2024 sequer tenham tomado posse, já incorporam o cotidiano da política. Sem surpresa, a eleição da Mesa da Diretora da Câmara Federal atrai as atenções, uma vez que o sucessor de Arthur Lira comandará a instituição até as eleições, e seu papel é relevante tanto para apoio quanto crítica ao Governo. Interessa, pois, aos dois lados.

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